sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

“Territórios da Cidadania”

Os recorrentes vocábulos “cidadania”, “solidariedade”, “inclusão social”, e outros tantos, associados ao jargão esquerdista, servem de rótulos a iniciativas do governo petista na sua tentativa de aparelhamento do poder para implantar um regime socialista no Brasil.

Ao mais recente desses programas deu-se o nome de “Territórios de Cidadania”. Através dele o governo federal pretende distribuir mais de 11,3 bilhões de reais como ajuda a 958 municípios com baixo IDH, atingindo 7,8 milhões de pessoas. Acontece que deputados do DEM e do PSDB entraram com uma Ação de Inconstitucionalidade no STF para impugná-lo, por estarmos em ano eleitoral.

O fato enfureceu o presidente Lula, que discursando no dia 28 de fevereiro em Aracaju, durante a VI Reunião dos Governadores do Nordeste, declarou, de modo pouco democrático: “Seria bom se o Poder Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele, o Legislativo apenas nas coisas dele e o Executivo apenas nas coisas dele. Nós iríamos criar a harmonia estabelecida na Constituição”.
O ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do TRE, rebateu afirmando: “A lei veda, em bom português, o elastecimento de programas sociais no ano das eleições. Isso foi aprovado pelo Congresso Nacional e foi aprovado para valer.” E chamou de “arroubo de retórica” as declarações de Lula.

Se o governo Lula, a par dos banqueiros deseja favorecer também os mais necessitados, tudo bem. Mas nesse caso ele deveria também atender adequadamente às ingentes necessidades da imensa e achatada classe média, bem como impedir que hordas invasoras do MST perturbem a paz e a segurança dos proprietários rurais, ameaçados ainda por uma injusta e desastrosa Reforma Agrária socialista.

A boa intenção do governo em relação a seus programas assistenciais ficaria comprovada se através de fatos ele demonstrasse solidariedade também para com esses dois importantes segmentos, que são as principais colunas sociais e econômicas da Nação. E não continuar tratando os que a eles pertencem como se fossem cidadãos de segunda classe desprovidos de direitos.

O escopo eleitoreiro do programa “Territórios da Cidadania” – como também do “Bolsa Família” – é, portanto, mais do que evidente. E constitui um verdadeiro acinte à opinião pública, neste ano de eleições municipais. Tamanha desfaçatez só se compreende à vista do fiasco nacional do PT nas anteriores eleições municipais, que ele de nenhum modo quer ver repetido. No que é acudido então por Lula, que dá assim mais uma prova de que governa não primordialmente para a generalidade dos brasileiros, mas para atender aos interesses do seu partido.

Mas a concepção peculiar da organização política, econômica e social do PT contraria profundamente a índole cristã do povo brasileiro, que a rejeita. Como também rejeita seu pai espiritual, o progressismo, herdeiro do modernismo, heresia condenada por São Pio X na Encíclica Pascendi Dominici gregis como sendo “a síntese de todas as heresias”.

O PT só vicejou porque nasceu na sacristia e teve o púlpito como palanque. Quem não se lembra do ostensivo apoio de D. Claudio Hummes, então Bispo de Santo André, ao sindicalista Lula nas greves do ABC, e da utilização das igrejas para esse fim? Esse apoio do progressismo ao PT continua, embora mais discretamente, pois o bebê rebelde cresceu e aprendeu a andar com as próprias pernas.

Para avançar, tanto progressismo como petismo precisa ocultar suas doutrinas e suas metas, contrárias à doutrina tradicional da Igreja Católica. Mas elas estão presentes na sua integridade por exemplo no MST, deles nascido e por eles nutrido, e em relação ao qual, em toda a medida do possível, simulam pouco ou nada terem que ver.

Se o brasileiro carente recebe de bom grado as benesses do governo e em retribuição o apóia nas eleições, seu voto não poderá jamais ser interpretado como apoio ao lulo-petismo e à sua ideologia, como a propaganda procurará depois alardear.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

BOMBA CONTRA A FAMÍLIA NO CONGRESSO NACIONAL!

Enquanto no Iraque e no Afeganistão prosseguem as explosões de homens e mulheres-bomba, no Congresso Nacional tramita, desde outubro de 2007, um projeto-bomba muito mais terrível, que se aprovado lançará pelos ares os alicerces do que resta da família brasileira!

Por uma ironia, tal projeto-bomba – o Novo Estatuto da Família, consubstanciado no Projeto de Lei 2.285/2007 – foi preparado por uma instituição nascida no berço da “Tradicional Família Mineira”, o Instituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM), com sede nacional em Belo Horizonte. E está prestes a ser detonado pelo deputado Sérgio B. Carneiro (PT-BA), cujo sobrenome e estado de origem são os mesmos do conhecido prócer anti-família do Brasil, o falecido deputado Nelson Carneiro.

No artigo “Família do futuro – Projeto de Estatuto contempla novas formas familiares”, publicado no “Consultor Jurídico” (16-02-08), a jornalista Gláucia Milicio oferece um resumo do projeto, entremeado com declarações de dois membros do IBDFAM, entre outras.

Ao eliminar do Código Civil de 2002 o artigo 1622, que diz: “Ninguém pode ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher, ou se viverem em união estável”, o referido projeto prevê, sem burocracia e sem maiores complicações, a adoção de crianças por casais homossexuais e até por duplas de amigos.

Prevê mudanças práticas, como o chamado casamento homoafetivo, ao contemplar: “Os casais homossexuais, desde que tenham convivência pública, duradoura e com objetivo de constituir família, passam a ter os mesmos direitos reconhecidos aos casais heterossexuais que vivem em união estável. Passam a ter direito sucessório, previdenciário, de adotar, de ter a guarda e a convivência dos filhos.”

Prevê ainda a criação do estado civil “conivente” (para quem já vive em união estável), e reformulações nas questões referentes à guarda de filhos de pais divorciados.

Para Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do IBDFAM, o projeto do deputado Sérgio Carneiro é produto da reflexão de dez anos de existência do instituto: “A intenção é instalar novos paradigmas jurídicos para a organização das famílias”. E acrescentou: “Hoje, não existe uma família. Existem várias: homoafetivas, sócio-afetivas e parentais”.

Segundo ele, o projeto representa o pensamento mais legítimo e contemporâneo do direito de família: “É um projeto considerado ousado, mas certamente traduz o pensamento não só da comunidade jurídica, mas, principalmente, da realidade brasileira atual, já que o Código de 2002 traduz a moral do século passado”.

Para a desembargadora Maria Berenice Dias, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, fundadora e ex-vice-presidente do IBDFAM, o novo estatuto é ideal, por retratar a sociedade atual: “Esse estatuto é do futuro”. Ela também considera retrógrada a legislação vigente, por perpetuar um modelo patriarcal de família, e o Código Civil de 2002 como tendo apenas copiado conceitos estabelecidos no final dos anos 60: “O livro do Direito da Família do novo Código já nasceu velho e temos a necessidade de criar um livro novo”, acrescentou.

* * *

“Aprovados os dispositivos que esta parte contém, da família brasileira não restarão senão restos informes” – Este foi um dos slogans bradados pelos jovens idealistas seguidores de Plinio Corrêa de Oliveira, no ano de 1966, em pleno governo militar, por ocasião de sua vitoriosa campanha contra o divórcio, para se referirem às conseqüências desastrosas para a família do projeto de lei do deputado Nelson Carneiro.

Entretanto, os adversários daquela sacrossanta instituição, não contentes com as devastações nela causadas com a introdução do divórcio pelo governo Geisel em 1977, e pelo “Substitutivo Cabral” à Constituição de 1987, preparam para lhe assestar outro rude golpe através do Novo Estatuto da Família. Fazem-no habilmente em nome de um iniludível imperativo da “evolução”, quando na realidade se trata de um bem orquestrado e meticuloso processo de destruição.

Tal processo transcorre mais ou menos assim:

1) A TV e outros meios de comunicação apresentam novelas e outros programas com enredos, vocabulários, modas e modos de ser cada vez mais ousados e extravagantes.

2) Estes são adotados e repetidos por vedetes e modelos, comentados com simpatia em colunas sociais, por professores nas aulas, e ostentados por ocasião dos carnavais.

3) Vão sendo depois imitados pouco a pouco pelo público em geral, até se converterem em moda. A partir deste momento, o “espírito público” dá um passo na “evolução”.

Como essa “evolução” nunca conduz à moralidade, mas só à degradação, sobrevêm necessariamente as conseqüências para a sociedade: mais divórcios, abortos, expansão da homossexualidade etc.

Setores da sociedade eivados de uma mentalidade materialista ou hedonista neopagã começam então a exigir mudanças na legislação, para adequá-la à nova realidade, sempre encontrando legisladores receptivos.

Assim, em nome ora da modernidade, ora da evolução, o processo acima descrito vai se repetindo, até a abolição inteira e completa da família.

É no contexto hedonista-evolutivo desse maquiavélico processo que se insere o “futurista” projeto-bomba do Novo Estatuto da Família.

Revivescência de 1936?

Recebi via internet, uma notícia de que na Catalunha, cuja capital é Barcelona, existe um “anteprojeto de lei sobre centros de culto ou de reunião com fins religiosos”, preparado pela Direção de Assuntos Religiosos daquela província autônoma.

Entre outras coisas, o anteprojeto estipula que para se reunir em determinado local com fins religiosos, se requererá uma licença da prefeitura. O mesmo vale para as ruas, parques e até no campo: se algum grupo de pessoas quiser entoar cânticos religiosos ou rezar o terço, precisará da competente autorização da prefeitura.

Mais ainda. Se uma prefeitura quiser, de um momento para outro, não mais conceder autorização para determinada paróquia funcionar, esta terá de fechar suas portas.

A deputada catalã Glória Renom manifestou sua indignação afirmando que se trata de uma “lei muito intervencionista, que afeta de cheio a Igreja Católica e que tem caráter retroativo, já que não se poderá celebrar missa nem reunir-se para falar de religião sem uma licença municipal, tanto na menor ermida como na maior catedral”.

Acontece que o referido anteprojeto já foi votado e aprovado pelo Parlamento da Catalunha no dia 6 de fevereiro!

Este fato gravíssimo constitui mais um lance da perseguição religiosa em curso na Espanha. Não só em nível regional, mas em todo o país, já que o governo do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), atualmente no poder, desenvolve diversas outras iniciativas anti-católicas, como o aborto, a união homossexual, a ingerência do Estado na educação dos filhos etc. Foi contra tais iniciativas que cerca de 2 milhões de pessoas protestaram nas ruas de Madrid, no dia 30 de dezembro de 2007.

Estarão voltando os dias de 1936, quando teve início a Guerra Civil espanhola?

MST em mansão da Gávea

João Pedro Stédile e outros líderes do MST se reuniram para um churrasco, no dia 22 de fevereiro, numa mansão da Gávea pertencente ao industrial Vicente Mantuano, simpatizante do movimento.

Só que desta vez o ato – ao qual compareceram intelectuais, empresários, artistas e figuras da sociedade carioca – não foi para exigir do governo brasileiro mais terras para a Reforma Agrária. Seu objetivo foi discutir com “companheiros” do governo venezuelano a verdadeira situação daquele país! Segundo o MST, a mídia brasileira faz perseguição feroz a Hugo Chávez.

O evento deixou patente, mais uma vez, duas coisas: 1ª) a estreita solidariedade do MST com o chavismo; 2ª) quanto tinha razão Lênin, quando afirmou que a burguesia forneceria a corda com a qual seria enforcada.

O referido industrial, amigo dos inimigos da propriedade privada, transformou assim sua mansão numa versão tupiniquim do Palais Royal. Este era o palácio cujo dono – Filipe de Orleans, primo do Rei da França – aglutinava seus comparsas da alta sociedade, intelectuais e panfletários revolucionários para, juntos com a escumalha de Paris, tramar a derrubada da monarquia.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sai do mercado o “produto” Fidel Castro

No andar térreo de um derruído e mal iluminado sobrado no centro de Havana, um funcionário do Estado retira, de uma prateleira empoeirada e semi-vazia, o único frasco que restava de certo medicamento agora proscrito, jogando-o com desdém numa lata velha de lixo. Em seu rótulo estava impresso: Fidel Castro.

Após 49 anos nas prateleiras não só de Cuba, mas dos mercados internacionais, trombeteado nas ondas da Rádio Moscou e congêneres, afagado em jornais e televisões de plutocratas, divulgado nos mais variados países por atilados agentes, solicitado pela intelligentsia de uma ideologia tornada bolorenta, sorvido qual precioso elixir por “teólogos da libertação”, nada disso demoveu a multinacional farmacêutica Ruscubachina de retirar de circulação aquele rebarbativo “produto”.

Motivo: além da ausência de procura pelos consumidores internos de Cuba, onde foi lançado, apareceu no mercado venezuelano um genérico mais eficiente, tendo ficado ainda provado que o produto estava causando depressão e envelhecimento precoce em seus usuários.

* * *

Essa metáfora espelha a trajetória do ditador cubano, cujo avançado estado de depauperamento físico e mental não lhe oferecia outra saída senão a de abdicar, em benefício do delfim seu irmão, àquilo de que jamais ele abriria mão, não fosse a morte iminente que o aguarda, seguida de um terrível juízo.

Neste sentido, apesar de afirmar a máxima comunista segundo a qual “a religião é o ópio do povo”, Fidel Castro chegou certa feita a declarar que acreditava na existência do inferno, que seu calor era insuportável, e que lá ele iria fazer companhia a Marx, Engels e a inúmeros “companheiros” de jornada revolucionária.
Ao lado de ser um líder revolucionário, Fidel Castro foi um grande ator adrede preparado pela propaganda comunista. Esta cuidou de modo especial de seu perfil – barba, charuto à boca e boné na cabeça –, fazendo em seguida incidir sobre ele, bem como sobre sua revolução, os possantes holofotes da mídia, numa bem orquestrada ofensiva financiada pelos cofres de Moscou e de macro-capitalistas.

Filho de ricos fazendeiros e ex-aluno jesuíta, para se impor Fidel Castro teve de enganar o povo cubano, apresentando-se como católico. Para isso chegou inclusive a pendurar medalhinha no pescoço, ostentando-a por cima da camisa. Sabia que, se tal não fizesse, teria insucesso. Depois começou propriamente sua revolução: perseguições à Igreja e aos adversários do regime, instituição do famoso paredón, e sobretudo aquilo sem o qual nenhum regime comunista se consolida: uma draconiana Reforma Agrária.

Mas, como não poderia deixar de ser, o regime comunista só gerou miséria, tanto moral como material, uma vez que a instituição da família ficou à mercê das leis libertinas decorrentes de sua ideologia, e a iniciativa particular cessou de existir. Com isso, tanto por ocasião do estabelecimento do regime comunista como ao longo das cinco décadas em que ele teve vigência, incontáveis foram as pessoas de todas as idades e condições sociais que, com risco da própria vida, saíram da Ilha outrora conhecida como a Pérola das Antilhas.

A revolução cubana conseguiu ser expansionista enquanto a então União Soviética a manteve de pé. Pois era através desta e dos macro-capitalistas que ajudavam a sustentá-la, que Cuba recebia o dinheiro e material bélico para tentar sublevar, com os falsos ideais comunistas, as populações da América Latina e da África. Mas mesmo assim, nunca obteve resultados expressivos. Antes pelo contrário. Che Guevara, por exemplo, foi morto na Bolívia pelo fato de ter sido denunciado pelos próprios camponeses que ele afirmava querer “libertar”.

Com o desmoronamento, em 1990, da União Soviética, Cuba ficou reduzida a quase um ente de razão. Sua subsistência até o presente se deveu tão-só ao fato de que, para a causa mundial do comunismo, era indispensável que em algum lugar do mundo permanecesse, como ponto de referência para seus desconcertados adeptos, alguma ilha no Ocidente onde aquele regime continuasse a existir.

Muito antes, portanto, da agonia de Fidel Castro, seu regime já estava com os dias contados. No sentido de que Cuba não era mais a ponta-de-lança da revolução comunista no continente latino-americano, mas se tornara uma mera peça ornamental colocada na vitrine de plástico comunista para servir de alento a desiludidos partidários.

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Após o governo “kerenskyano” de Fernando Henrique Cardoso, as condições da opinião pública brasileira felizmente não permitiram – diferentemente do ocorrido na Rússia – que houvesse no Brasil o advento de um Lenine que Lula fazia pressagiar. Foi mister buscá-lo alhures, com algumas adaptações, pois líderes revolucionários também estão entre as espécies em extinção.

Parece que o encontraram na pessoa de Hugo Chávez. Seu modo de ser, somado à conseqüente forma de pensar e de agir, hauridos da ideologia proletária do comunismo, como ainda o recente arsenal comprado da Rússia, o tornam lídimo herdeiro de Fidel Castro. Com uma pitada de Lenine, proveniente da riqueza que lhe proporciona o petróleo.

Ao abdicar em favor do delfim seu irmão – para a esquerda, a coisa mais natural do mundo – Fidel não fez senão atender, pela primeira e última vez, ao clamor da miserável população que, a exemplo do filme “Tropa de Elite”, exclamou: “Pede para sair, revolução malograda!”

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Encontro Lula-Sarkozy

Por injunções do calendário, o encontro de Lula com Sarkozy na Guiana Francesa acabou ocorrendo poucos dias após as impressionantes manifestações de 10 milhões de colombianos no último dia 4, contra as FARC. E como o tema do acordo humanitário na Colômbia esteve na pauta, a reunião só teria sentido se neste particular atendesse aos anseios do povo livre e independente da Colômbia. Ou seja, exigir pura e simplesmente das FARC uma imediata e completa entrega de todos os reféns, sem qualquer contrapartida!

O que não for isso é inaceitável. E leva qualquer pessoa sensata a suspeitar se os outros tão noticiados “pourparlers” desse encontro não seriam “bois de piranha” para despistar uma solução falsamente conciliadora no nevrálgico cenário colombiano. Neste propósito, buscariam uma síntese entre a posição de Chávez (que advoga o reconhecimento das FARC como grupo insurgente) e a da dupla Sarkozy-Lula (que não tem uma posição intransigente em relação às mesmas FARC). Síntese na qual a grande beneficiada seriam as agonizantes FARC, uma vez que é impossível uma pretensa posição eqüidistante entre o bem e o mal, o crime e a justiça.

Que abram os olhos os colombianos e não colombianos!

De Gaulle tinha razão?...

Onde já se viu um país onde se diz vigorar a democracia e no qual a alternância do poder se dá entre figurantes de uma mesma panela? Quem o afirmou há algum tempo, com outras palavras, foi o ex-ministro de Fernando Henrique, hoje deputado federal Raul Jungmann (PSDB-PE). Ao comentar o resultado do referendo sobre o desarmamento, disse que o único presidente depois da abertura que não participava deste jogo era o Collor, e que por isso ele foi “impichado”.

Com efeito, substancialmente não há nenhuma diferença relevante entre as diversas correntes atuais, a não ser o grau de cautela com o qual seus diversos expoentes se apresentam diante do público, representando cada um deles seu papel na cena política. Prova disto é a desenvoltura com que trafegam de um partido a outro com o maior desembaraço...

Ainda agora constatamos isto no escândalo dos cartões corporativos. Ao mesmo tempo em que o governo, profundamente comprometido, se antecipava no pedido de uma CPI, através de suas bases petistas acusava a oposição em São Paulo de incidir no mesmo desvio. Mas rapidamente estabelecem um “acordo de cavalheiros”, pelo qual Lula e Fernando Henrique fiquem de fora das investigações. Depois recuam, novamente avançam, confundem, despistam.

Que lógica tem isso num regime democrático, onde as principais lideranças deveriam ser as primeiras a se colocar à disposição para uma investigação completa? Não foi obedecendo a essa mesma “lógica” que por ocasião do escândalo do “mensalão” Lula foi sistematicamente blindado, até mesmo pelos “opositores”?

Tem ou não fundamento o comentário atribuído a De Gaulle, de que o Brasil não era um país sério?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Colômbia em peso diz NÃO às FARC

Na segunda-feira de carnaval, 4 de fevereiro, o que se viu nas ruas de Bogotá e de outras 50 cidades da Colômbia, felizmente não foram cordões carnavalescos. Foram multidões indignadas, calculadas em 10 milhões, que se manifestavam em peso contra as FARC. Ao mesmo tempo, no Brasil, os foliões se divertiam despreocupados, enquanto o MST, amigo das FARC, fazia seu “carnaval vermelho” invadindo 14 propriedades!

Em Bogotá, um mar humano estimado em 2 milhões de pessoas, que se estendiam ao longo de 10 km, iniciou sua marcha no Parque Nacional, deslocando-se ao longo da principal avenida – a Sétima – até o centro histórico da capital.

Podiam-se ver cartazes com os seguintes dizeres: “A Colômbia sou eu – Não mais seqüestros – Não mais mentiras – Não mais mortes – Não mais FARC”; “+ Contundência – Piedade” (referência à senadora esquerdista Piedad Córdoba, cúmplice de Chávez); “Terrorista Chávez, chefe das FARC: por que não te calas?”; “As FARC não são o exército do povo, são os assassinos e seqüestradores do povo”.

Manifestações de solidariedade com o sofrido povo colombiano foram realizadas em quase 200 cidades do mundo inteiro.

Em vista dessas manifestações de repúdio às FARC, ficaram desarticuladas e sem face as forças que dentro e fora da Colômbia tudo empreenderam na tentativa de entregar definitivamente o país nas mãos de uma minoria comunista e assassina.

O “chavismo” em apuros

As coisas definitivamente não vão bem para Hugo Chávez. Após duas derrotas políticas – primeiro no referendo de dezembro para reformar a Constituição, depois na intermediação dos reféns das FARC –, ele acaba de ser ferido na jugular, o petróleo. A Venezuela é o oitavo produtor mundial e o quarto exportador para os EUA depois do Canadá, do México e da Arábia Saudita.

Com efeito, a líder mundial do ramo – Exxon Mobil –, após sofrer em 2007 processo de expropriação na Venezuela, já ganhou quatro ações em tribunais da Holanda, dos Estados Unidos, da Inglaterra e do País de Gales. Com essas medidas cautelares ela visa, de um lado evitar que a estatal de petróleo venezuelana PDVSA se mobilize para a venda de seus ativos no exterior enquanto durar o litígio, e de outro assegurar devida indenização se vier a perder a ação.
Só no tribunal de Nova York já haviam sido congelados US$ 300 milhões. E no dia 24 de janeiro último, tribunais da Inglaterra e do País de Gales determinaram o congelamento de US$ 12 bilhões.

Para se medir a extensão do golpe, basta considerar que o faturamento da PDVSA corresponde à metade do PIB venezuelano, já que o petróleo é a principal fonte de divisas do país. Por outro lado, a referida estatal padece de crescente problema de dívidas e vem tendo dificuldades operacionais por falta de inversões.

Com o petróleo pode fazer tudo, exceto comê-lo. Mas além de o setor estar mal administrado, tem havido queda de produção. Enquanto isso, os gastos do governo não param de crescer, os alimentos básicos vão escasseando, e a criminalidade atingindo índices alarmantes.

Brasil: 500 mil mortes em 10 anos!

Mas criminalidade alta não é apanágio só do “chavismo”. Segundo dados oficiais publicados na mídia, teria havido 500 mil mortes violentas no Brasil, nos últimos 10 anos. Um índice anual, portanto, de 50 mil mortes, mais letal do que o de um país em guerra contra um inimigo externo.
Como não adianta querer combater os efeitos sem conhecer as causas, importa saber quais são elas. São várias, como a imoralidade crescente, a crise da instituição familiar, as drogas... e evidentemente o demônio, inimigo mortal do gênero humano, sobre cuja atuação nunca é demais alertar.

Mas na raiz de todas essas crises está a grande crise religiosa e moral que padecemos nas últimas quatro décadas e que levou as pessoas a não mais distinguirem o bem do mal e a verdade do erro.

Perdendo-se essa noção, perde-se a própria noção de Deus, nosso sumo bem, “o caminho, a verdade e a vida”. E se as pessoas já não são mais capazes de amá-Lo sobre todas as coisas, como podem amar o próximo como a si mesmas?

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Negociando mandamentos?

Sim, esta é a impressão que causa, de uma lado a nova arremetida do governo Lula contra a propriedade privada, ao anunciar para janeiro e fevereiro de 2008 um número de desapropriações maior do que em todo o ano de 2007, e de outro, o fato de a CNBB, após ter centrado em anos anteriores sua Campanha da Fraternidade em temas sociais ou neutros – por exemplo a água –, ter finalmente decidido entrar na campanha contra o aborto.

Como se sabe, a propriedade privada é de direito natural, pois é através dela que o homem desenvolve as suas potencialidades e provê ao futuro próprio e ao de sua família. Além de ter sido ensinada por muitos Papas em documentos oficiais, ela é assegurada por dois mandamentos da Lei de Deus: “Não furtar” (7º.) e “Não cobiçar as coisas alheias” (10º). A ela se opõe a propriedade coletiva ou socialista, que impede o homem de se expandir, ao concentrar tudo nas mãos do Estado. Quanto à vida humana, ela é assegurada pelo 5º mandamento: “Não matar”.

Sendo a Igreja Católica a guardiã da moral e, portanto, da fiel observância dos mandamentos, incumbe por dever aos Bispos e ao Clero se opor tanto à Reforma Agrária socialista e confiscatória quanto ao aborto, uma vez que ambos colidem frontalmente com os referidos mandamentos.

Entretanto, como o Brasil inteiro sabe, ao mesmo tempo em que a quase totalidade do Episcopado e do Clero até há pouco se omitia no combate ostensivo ao aborto, era e continua a ser a partir de organismos e elementos ligados à Hierarquia (CPT, CIMI, MST) que se faz praticamente toda a agitação agrária no Brasil. E portanto esta mega-ofensiva acenada pelo presidente Lula para janeiro e fevereiro não pode ser levada a cabo sem o concurso de ditos organismos e elementos.

Diante disso, a gente se pergunta se além da pressão da opinião pública contra o aborto, que teria levado a Hierarquia a rever sua posição, se não teria também havido algum acordo entre o Governo e o Episcopado por onde o primeiro cedesse no tocante ao 5º. mandamento (continuando embora a destruir a família através da imoralidade, de anticoncepcionais, preservativos etc.), deixando o segundo, em contrapartida, via livre com força total no referente aos atropelos ao 7º. e ao 10º mandamentos.

O neo-capitalista José Dirceu

Não foi só o presidente Lula que deveu sua ascensão a um capitalista, no caso o Vice-presidente José Alencar, que lhe obteve o aval de toda a classe empresarial. O próprio Lênin, estudante na Suíça, foi ajudado financeiramente por capitalistas para se deslocar até a Rússia a fim de começar sua revolução. Os contrários por vezes se encontram...

Após sua queda, José Dirceu é o mais novo amigo da antes detestada categoria. No primeiro mandato de Lula, por ocasião da posse, ele fez uma conclamação à revolução social. Hoje, anda de mãos dadas com aquele que é talvez o homem mais rico do mundo, o mexicano Carlos Slim – dono, entre muitas outras coisas, da Claro.

Mas não se detêm aí as andanças do ex-terrorista, ex-ministro e atual consultor internacional: ele teria viajado diversas vezes a Madrid; não, ao que se saiba, para se encontrar com os embolorados sucessores de Santiago Carrillo ou da Pasionaria, mas para negociar em hotéis luxuosos com os capitalistas da rede Meliá, a construção de um complexo hoteleiro na praia cubana El Varadero. Quem não conhece sua cotação junto aos carcereiros barbudos da Ilha-prisão?

Parecem garantidos, por supuesto, os dividendos da transação, que só em manuais de principiantes causam horror ao revolucionário. Como isso também começa José Dirceu, aliado ao grande capital, a preparar o terreno para uma nova situação na Ilha que a iminente morte do Coma-Andante Fidel Castro parece prenunciar.

Schröder & Clinton

Mas se equivocaria quem pensasse que o penchant pelo mundo da alta finança é prerrogativa apenas do ex-homem forte do governo Lula (Ver artigo: O neo-capitalista José Dirceu). Outros homens bem mais fortes de países do chamado Primeiro Mundo, com orientação ideológica mais ou menos próxima da sua, trilharam o mesmo caminho. Assim Gerhard Schröder, ex-chanceler alemão.

Apenas deixou o governo, galgou uma posição de causar inveja a inúmeros executivos: tornou-se detentor de um dos mais altos cargos da estatal russa Gaspron, responsável pelo gasoduto que liga a Rússia à Alemanha. A construção desse gasoduto – autêntica corda metálica no pescoço da Europa, pronta a congelá-la no inverno se a Rússia decidir fechar a torneira – contou com vultosos financiamentos feitos pelo governo alemão durante a gestão de Schröder.

O “fraco” de Schröder pelo euro, contudo, parece não ser menor que o de Bill Clinton pelo “American bill”. Com efeito, segundo noticiou “The New York Times” em sua edição de 31 de janeiro p.p., Clinton intermediou, em setembro de 2005, uma obscura transação entre o magnata canadense Frank Giusta e o governo do Cazaquistão na compra de três minas de urânio, em viagem de dois dias que fizeram àquele país no jato particular de Giusta. Alguns meses depois, este doava à Fundação Clinton US$ 31 milhões, e mais tarde, US$ 100 milhões...

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Surfando nas ondas do conservadorismo

Chegou a ansiada “Super-terça”, quando delegados do Partido Republicano e do Democrático de 24 Estados norte-americanos escolheriam seus candidatos às eleições presidenciais de novembro.

No campo republicano prevaleceu a preferência por John McCain, vencedor na Califórnia e em New York, e que detém o dobro de votos de seu contendor mais próximo, Mitt Romney. Em terceiro lugar ficou Mike Huckabee. Do lado democrático a disputa continua renhida entre Hillary Clinton e Barack Obama, com pequena vantagem para a primeira, também vencedora nos dois Estados acima, embora Obama detenha maior número de pequenos Estados.

Veterano do Vietnã, McCain vem sendo apoiado pelos moderados do Partido Republicano e por independentes. Ele precisa agora convencer a ala republicana mais conservadora de que realmente afina com ela, pois nesse segmento ele encontra uma “animosidade muito extensa e muito profunda”, segundo o velho estrategista em “Super-terça”, Eddie Mahe.

Quanto à disputa Hillary Clinton x Obama, sem divergências ideológicas entre si, a primeira tem conseguido galvanizar o voto latino, enquanto o segundo, o de afro-descendentes. Um particular digno de nota é o desprestígio do clã Kennedy: considerado dono político de Massachusetts e tido pelos conservadores americanos como paradigma da esquerda, alinhou-se decididamente à candidatura de Obama. Foi derrotado na própria casa, prevalecendo Hillary Clinton.

Se no Partido Republicano já se delineou o virtual vencedor e se no Democrático ele ainda é indeciso, já existe no cenário um vencedor definitivo, não só das prévias como das eleições de novembro: o Conservadorismo, em cujas águas surfam os candidatos de ambas as legendas.

* * *

Sirva-nos isto de lição. Essas ondas conservadoras são interativas, não existindo Muralha Chinesa capaz de as conter. E ainda há entre nós políticos que em momentos cruciais se intimidam em defender idéias conservadoras, deixando livre o caminho aos demagogos da esquerda, que só se impõem na medida em que ocultam seu pensamento.

Que abra os olhos a nossa classe política, acostumada também a nos impor como prato feito os menos apetecíveis candidatos, não deixando ao eleitor qualquer possibilidade de escolha. Pois mais grave do que a clássica comparação com o espelho (“o espelho reflete sem falar enquanto o político fala sem refletir”) é compará-la com o cego que não vê a realidade. E a realidade é que a opinião pública – espelho da Nação – muito tem refletido, muitas vezes sem falar. E tirado conclusões. Tanto a respeito de pretensos representantes como dos mais diversos assuntos de interesse nacional.

Deu na revista “Catolicismo”

Terroristas arregimentam índios nas fronteiras da Venezuela – O presidente venezuelano Hugo Chávez abriu as portas para terroristas do Hezbollah fazerem doutrinamento de silvícolas no país.

O Hezbollah, grupo financiado pelo Irã, já perverteu ao maometanismo a tribo Wayuu, dos índios Guajiros, que vivem entre a Venezuela e a Colômbia. As mulheres portam o véu islâmico, os homens treinam com fuzis russos Kalashnikov, e as crianças aprender a ler o Corão. Alguns se fizeram fotografar como homem-bomba.

O Brasil e a Venezuela têm reservas indígenas fronteiriças na altura de Roraima. No momento em que o governo Lula quer expulsar os arrozeiros da reserva Raposa Serra do Sol, o Hezbollah, auxiliado pelos petrodólares, poderá tentar perverter os índios brasileiros da região, como já fez com os Wayuu.

Volta à tona o desarmamento

Enquanto Chávez compra cem mil fuzis da Rússia, ameaça os adversários de Evo Morales com um banho de sangue e faz ameaças à Colômbia; quando ele se arma até os dentes, protege e defende as FARC e instala células do Hezbollah em território próximo da fronteira com o Brasil; enquanto o MST invade, incendeia e profere novas ameaças; enquanto isso o Estado brasileiro, incapaz de proporcionar segurança adequada a seus cidadãos, tenta privá-los ainda mais do direito natural de possuir uma arma para se defender!

Afinal, se o governo tivesse prevalecido no referendo de 2004 com os 66% auferidos pelo “Não”, teria certamente decretado uma cláusula pétrea sobre o assunto; mas como perdeu, volta à carga.

O argumento agora se baseia em novas e controversas estatísticas sobre uma pretensa diminuição da criminalidade que teria ocorrido desde a implementação do Estatuto do Desarmamento, apresentada por um especialista e contestada por alguns.

Embora se declare em contenção de despesas após perder a CPMF, o governo parece disposto a desembolsar alguns milhões de reais em outro referendo. Espera assim fazer prevalecer sua ideologia sobre o pensamento corrente na opinião pública sobre o assunto, cujo mais recente eco foi o espetacular sucesso de bilheteria do filme “Tropa de Elite”.