sábado, 9 de fevereiro de 2008

O neo-capitalista José Dirceu

Não foi só o presidente Lula que deveu sua ascensão a um capitalista, no caso o Vice-presidente José Alencar, que lhe obteve o aval de toda a classe empresarial. O próprio Lênin, estudante na Suíça, foi ajudado financeiramente por capitalistas para se deslocar até a Rússia a fim de começar sua revolução. Os contrários por vezes se encontram...

Após sua queda, José Dirceu é o mais novo amigo da antes detestada categoria. No primeiro mandato de Lula, por ocasião da posse, ele fez uma conclamação à revolução social. Hoje, anda de mãos dadas com aquele que é talvez o homem mais rico do mundo, o mexicano Carlos Slim – dono, entre muitas outras coisas, da Claro.

Mas não se detêm aí as andanças do ex-terrorista, ex-ministro e atual consultor internacional: ele teria viajado diversas vezes a Madrid; não, ao que se saiba, para se encontrar com os embolorados sucessores de Santiago Carrillo ou da Pasionaria, mas para negociar em hotéis luxuosos com os capitalistas da rede Meliá, a construção de um complexo hoteleiro na praia cubana El Varadero. Quem não conhece sua cotação junto aos carcereiros barbudos da Ilha-prisão?

Parecem garantidos, por supuesto, os dividendos da transação, que só em manuais de principiantes causam horror ao revolucionário. Como isso também começa José Dirceu, aliado ao grande capital, a preparar o terreno para uma nova situação na Ilha que a iminente morte do Coma-Andante Fidel Castro parece prenunciar.

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