Obama: o mito e a realidade
Não me lembro de homem público que tenha sido objeto de tantos elogios e expectativas como Obama. O que o coloca em situação difícil, pois ele não pode ter uma performance diferente de tais expectativas. – Estará correspondendo a elas?
Mal assumiu o governo e pelo menos quatro de seus ministros já renunciaram por conta de sonegação fiscal. Sua política interna vem sendo justamente acusada de socialista pelas medidas econômicas que ele vem adotando para conter a crise, e de contrária aos valores morais por favorecer o aborto e permitir a pesquisa com células-tronco embrionárias.
No plano externo, sua iniciativa de estreitar relações com a Rússia de Putin e de suspender o embargo à Cuba dos irmãos ditadores da oligarquia castrista tem causado apreensão nos meios conservadores. Pois de um lado todos sabem que o ex-coronel da KGB vem reestruturando o antigo regime soviético, e de outro, que a negra miséria em que jaz a Ilha do Caribe provém não do embargo americano, mas do próprio sistema socialista ali instaurado há meio século.
Mas nada disto preocupa Obama, que também está em vias de suspender o estratégico escudo antimísseis na Polônia e na Checoslováquia, concebido no governo Bush, desde que a Rússia obtenha de seu aliado – do “meigo” presidente iraniano – a cessação do enriquecimento de urânio para fabricação de armas atômicas...
Em face desse retraimento militar estratégico do governo Obama e da má vontade da União Européia para a solução da débâcle financeira de seus parceiros do Leste, já há quem diga que uma nova Yalta – ou seja, a volta dessas nações à tutela da Rússia – se perfila no horizonte.
O “Obama nas alturas”, entoado em uníssono pela mídia internacional, já não é unânime. A imprensa inglesa, por exemplo, começa a criticá-lo. Por enquanto não por conta de assuntos de grande transcendência como os acima referidos, mas pela gafe cometida quando da recente visita do primeiro-ministro Brown e de sua esposa aos EUA. Pois a gafe de alguém que se encontre à testa de um país, sobretudo se este for um país gigante, toma as proporções não desse alguém, mas do país.
Primeiramente Obama cancelou a entrevista coletiva prevista para logo após a chegada da comitiva inglesa. E depois, no momento da tradicional troca de presentes, enquanto Brown, apesar de socialista, agia como gentleman, Obama agia simplesmente como socialista...
Com efeito, Brown presenteou-o com um porta-canetas entalhado em madeira extraída do mesmo navio do qual fora esculpida a bela e prestigiosa escrivaninha Resolute Desk. Presenteada pela Rainha Vitória em 1880 ao presidente americano de turno na época, essa escrivaninha vem sendo usada por quase todos os seus sucessores no Salão Oval da Casa Branca. Deu-lhe, ademais, uma reprodução emoldurada do navio Resolute e uma coleção de sete volumes de Winston Churchill.
Qual foi o presente de Obama? Uma coleção de DVDs, que provavelmente mandou comprar às pressas em alguma loja do Wall Mart! Além do mau gosto e da má qualidade da escolha, os DVDs americanos nem podem ser tocados nos aparelhos ingleses, por incompatibilidade técnica.
O gesto foi considerado pelos jornais ingleses como uma imensa gafe. Vejamos se a mídia brasileira a comentará com o mesmo afã com que se debruçava sobre qualquer deslize de Bush. Duvido.
Não me lembro de homem público que tenha sido objeto de tantos elogios e expectativas como Obama. O que o coloca em situação difícil, pois ele não pode ter uma performance diferente de tais expectativas. – Estará correspondendo a elas?
Mal assumiu o governo e pelo menos quatro de seus ministros já renunciaram por conta de sonegação fiscal. Sua política interna vem sendo justamente acusada de socialista pelas medidas econômicas que ele vem adotando para conter a crise, e de contrária aos valores morais por favorecer o aborto e permitir a pesquisa com células-tronco embrionárias.
No plano externo, sua iniciativa de estreitar relações com a Rússia de Putin e de suspender o embargo à Cuba dos irmãos ditadores da oligarquia castrista tem causado apreensão nos meios conservadores. Pois de um lado todos sabem que o ex-coronel da KGB vem reestruturando o antigo regime soviético, e de outro, que a negra miséria em que jaz a Ilha do Caribe provém não do embargo americano, mas do próprio sistema socialista ali instaurado há meio século.
Mas nada disto preocupa Obama, que também está em vias de suspender o estratégico escudo antimísseis na Polônia e na Checoslováquia, concebido no governo Bush, desde que a Rússia obtenha de seu aliado – do “meigo” presidente iraniano – a cessação do enriquecimento de urânio para fabricação de armas atômicas...
Em face desse retraimento militar estratégico do governo Obama e da má vontade da União Européia para a solução da débâcle financeira de seus parceiros do Leste, já há quem diga que uma nova Yalta – ou seja, a volta dessas nações à tutela da Rússia – se perfila no horizonte.
O “Obama nas alturas”, entoado em uníssono pela mídia internacional, já não é unânime. A imprensa inglesa, por exemplo, começa a criticá-lo. Por enquanto não por conta de assuntos de grande transcendência como os acima referidos, mas pela gafe cometida quando da recente visita do primeiro-ministro Brown e de sua esposa aos EUA. Pois a gafe de alguém que se encontre à testa de um país, sobretudo se este for um país gigante, toma as proporções não desse alguém, mas do país.
Primeiramente Obama cancelou a entrevista coletiva prevista para logo após a chegada da comitiva inglesa. E depois, no momento da tradicional troca de presentes, enquanto Brown, apesar de socialista, agia como gentleman, Obama agia simplesmente como socialista...
Com efeito, Brown presenteou-o com um porta-canetas entalhado em madeira extraída do mesmo navio do qual fora esculpida a bela e prestigiosa escrivaninha Resolute Desk. Presenteada pela Rainha Vitória em 1880 ao presidente americano de turno na época, essa escrivaninha vem sendo usada por quase todos os seus sucessores no Salão Oval da Casa Branca. Deu-lhe, ademais, uma reprodução emoldurada do navio Resolute e uma coleção de sete volumes de Winston Churchill.
Qual foi o presente de Obama? Uma coleção de DVDs, que provavelmente mandou comprar às pressas em alguma loja do Wall Mart! Além do mau gosto e da má qualidade da escolha, os DVDs americanos nem podem ser tocados nos aparelhos ingleses, por incompatibilidade técnica.
O gesto foi considerado pelos jornais ingleses como uma imensa gafe. Vejamos se a mídia brasileira a comentará com o mesmo afã com que se debruçava sobre qualquer deslize de Bush. Duvido.
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