quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Honduras:
A força moral vencerá a força bruta

Trago ao conhecimento dos leitores uma carta publicada hoje no jornal “El Heraldo”, de Tegucipalga, na qual o leitor transmite o ânimo reinante em Honduras em face da terrível e covarde perseguição movida contra seu país pelas maiores forças internacionais – com a inglória participação em primeiro plano do Brasil –, por aquele país se recusar a renunciar ao seu passado cristão dobrando os joelhos diante de ditadores marxistas animados pela vã pretensão de que o século XXI lhes pertence.

Que as considerações nela contidas sirvam-nos de admoestação quanto à nossa atitude tantas vezes otimista e desprevenida diante de tais ditadores, que para embair as multidões misturam com freqüência suas sinistras intenções com atitudes palhacescas e descontraídas.

Os bárbaros do Sul e do Norte

Como seus homólogos do Norte, os bárbaros do Sul se atreveram a usar da força diplomática contra Honduras. De nada serviu nosso pedido para que respeitassem o direito de Honduras à sua livre autodeterminação.

O Brasil é hoje o mais vil exemplo de lacaio submetido à ditadura mais torpe de todos os tempos: o chavismo.

Conluiados com os que foram nossos principais aliados (os gringos), o Brasil acreditou que trazendo-nos o mais corrupto dos Presidentes que tivemos nos colocariam de joelhos e simultaneamente passaríamos a formar parte dessa abominável montagem de semi-estrutura ditatorial chavista.

Mas se equivocaram. Aqui estamos de frente, maltratados pelos bárbaros do Sul e do Norte, mas com dignidade e honra.

Não é difícil predizer que o governo lacaio de Ignacio Lula Da Silva, ao final desta história, terminará devorado por Hugo Chávez na sua incontrolável gula expansionista, pois são precisamente esses governos covardes e servis suas presas preferidas.

De nosso lado, nós hondurenhos, continuamos entregues por completo à nossa fé cristã. Hoje mais do que nunca cremos no Cristianismo, esta doutrina sagrada que no seu início foi brutalmente perseguida e condenada, como nos perseguem e maltratam.

O cristianismo finalmente triunfou diante das ditaduras imperiais de seu tempo e hoje é a mais poderosa comunidade religiosa do mundo, porque baseou sua grandeza na verdade. Os hondurenhos somos confiantes de que esta mesma verdade nos está tornando livres.

Arturo Aguilera, 24/09/2009


sexta-feira, 14 de agosto de 2009



ZELOSOS POR ZELAYA









ENQUANTO EM BRASÍLIA - em lance político-diplomático do governo lulo-petista visando reconduzi-lo ao poder - Manuel Zelaya era recebido com honras militares, em Tegucigalpa, capital de Honduras, um truculento partidário dele agredia o vice-presidente do Congresso, Ramón Velásquez, quando este caminhava em direção ao seu carro.

Essa boçal e covarde agressão foi um dos episódios que marcaram as recentes manifestações dos partidários de Zelaya - uma ínfima minoria bem treinada - visando desestabilizar o novo governo constitucional chefiado por Micheletti e apoiado pela esmagadora maioria da população. Os agitadores enfrentaram a polícia e praticaram diversos atos de vandalismo, como incêndios e quebra-quebra de estabelecimentos comerciais.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009



Zapatero, por qué no te callas?

O governo espanhol do primeiro-ministro José Luis Zapatero criticou a instalação de bases americanas na Colômbia, numa clara ingerência nos assuntos internos deste país. Ele faz assim coro com Hugo Chávez, Lula e demais presidentes populistas que enxameiam a América Latina.

Ninguém ouviu dele, nem dos referidos presidentes, qualquer censura quando a Rússia fez manobras militares conjuntas com a Venezuela, no início deste ano; nem quando o governo colombiano, com provas na mão, mostrou a colaboração dos governos venezuelano e equatoriano com as FARC; nem quando um antigo refém das FARC denunciou em recente livro a presença de helicópteros chineses nos acampamentos guerrilheiros.

Como se sabe, há tempos que a Espanha vive às voltas com a ETA, grupo terrorista responsável por inúmeros atentados e assassinatos. O que Zapatero diria da França, ou dos outros países vizinhos da Espanha, se estes, ao invés de colaborar no combate aos terroristas etarras, lhes prestassem colaboração, os acolhessem em seus respectivos territórios, e lhes dessem inclusive empregos? Não protestaria indignado?

Pois é isso que fazem os vizinhos da Colômbia, que colaboram com as FARC fornecendo-lhe armas, como foi o caso recente da Venezuela; ou permitem que membros delas utilizem seu território e lhes dêem dinheiro sujo para se eleger, como sucedeu com o presidente do Equador; ou ainda acolhem e mantêm guerrilheiros farcistas em seu território, como é o caso do Brasil em relação ao padre Oliverio Medina, “embaixador” das FARC, e de sua companheira, para a qual inclusive foi arranjado emprego na Secretaria de Pesca.

Cuide dos assuntos da Espanha, primeiro-ministro Zapatero, e não deseje aos outros países aquilo que não gostaria para o seu. Faça algo de positivo: poupe as vidas de seus inocentes concidadãos, impedidos pelo seu governo de ver a luz do sol em decorrência de uma ímpia lei de aborto que não respeita sequer os sete meses de gestação! E não interfira numa nação nobre como a Colômbia, atacada interna e externamente por adversários soezes que se porfiam em lhe arrebatar a liberdade de seguir seu próprio caminho.

domingo, 2 de agosto de 2009

Pérolas do chanceler

Nós, brasileiros, devemos estar alerta para não incorrermos no mesmo processo dos venezuelanos, ou seja, quando menos esperarmos, estarmos imersos num regime virtualmente comunista. Uma das primeiras medidas para evitá-lo é reagir diante das declarações e atitudes inusitadas de nossas autoridades nessa direção.

Tivemos dois exemplos recentes partidos do chanceler Celso Amorim. O primeiro foram seus depoimentos recolhidos por Deborah Berlinck (Brasil defende sanções econômicas como pressão – “O Globo”, 7/7/2009), a propósito de Honduras, quando ele declarou que “não vê contradição com o fato de o Brasil defender o fim do embargo a Cuba, [pois] Cuba ‘foi uma revolução’, enquanto Honduras ‘foi um golpe de Estado típico de uma direita que não tem mais lugar na América Latina’”. E o segundo foi sua entrevista concedida a Eliane Cantanhêde, publicada na “Folha de S. Paulo” do dia 2 do corrente mês de agosto, na qual ele abordou, entre outras coisas, o estabelecimento de uma base americana na Colômbia.

Na primeira entrevista, Amorim prescreve sanções econômicas contra Honduras, apesar de o novo governo deste país ser constitucional – o presidente deposto violou vários dispositivos da Carta Magna – e contar com o apoio da esmagadora maioria de sua população. Mas, para ele, tratou-se de “um golpe de Estado típico de uma direita que não tem mais lugar na América Latina”.

Em outras palavras, para o chanceler Amorim a democracia só vale se beneficiar a esquerda. Assim, quando um presidente com esta orientação assume democraticamente o poder, ele pode fazer o que bem entender, mesmo ao arrepio da Constituição, sem direito a ser removido. Pois se tal acontecer, será um inaceitável golpe de direita. Foi o caso de Zelaya em Honduras.

Contudo, na Bolívia, quando se tratou de derrubar o presidente de centro-direita Sánchez de Lozada para forçar as eleições que cederiam seu lugar a Evo Morales, o governo brasileiro não poupou esforços: exerceu toda sorte de pressões, inclusive enviando o chanceler-paralelo Marco Aurélio Garcia a La Paz para exigir sua saída. Peço aqui ao chanceler Amorim uma qualificação para essa atitude. Golpe, evidentemente, não pode ter sido, já que apesar de não ter violado nenhum dispositivo constitucional, o presidente derrocado era de centro-direita...

Mais grave. Na sua política de dois pesos e duas medidas, o chanceler Amorim justifica o próprio regime tirânico e sanguinário que há cinqüenta anos se assenhoreou de Cuba, disseminou a revolução armada no continente e mantém seus súditos sob a mais estrita vigilância, sem direito sequer a eleições livres. Onde, segundo famosa letra de carnaval dos anos sessenta, quem “andou na contramão, vai descansar no Paredão!”, o terrível lugar de execução sumária dos opositores do regime. Pois, na lógica de Celso Amorim, em se tratando de um regime comunista oriundo de uma revolução e não de um golpe, apesar de seus atropelos e de a população lhe ser contrária, não tem problema: está justificado e deve ser apoiado!

Eis a monstruosa lógica do chanceler petista e da política interna e externa brasileira! Da política interna também, pois não tendo mais lugar na América Latina, a direita deve ser simplesmente banida.

Na sua entrevista com Eliane Cantanhêde, entre outras considerações, o chanceler Amorim arremete-se contra a Colômbia pelo acordo que esta fez com os EUA para o estabelecimento de uma base militar americana no seu território sem prévia consulta ao governo brasileiro! Após conceder a ululante obviedade de que aquele país é livre de escolher seu próprio destino, o chanceler se mostra sumamente irritado, dizendo que Hugo Chávez está muito contrariado com a medida.

E como não poderia estar? Ficam ou não contrariados os narcotraficantes quando a polícia se interpõe no seu caminho? Do mesmo modo Hugo Chávez – que comprou da Rússia um enorme arsenal militar; que convidou e obteve, no início deste ano, que navios atômicos daquele país realizassem manobras em nossas águas continentais; que está sendo acusado de dirigir um narco-estado e de fornecer potentes armas de fabricação sueca à guerrilha das FARC; e que reiteradas vezes ameaçou a Bolívia, a Colômbia e a Honduras de invasão – só pode ficar contrariado em face da proximidade de uma força capaz de lhe opor!

Nesta entrevista, o chanceler Amorim não faz qualquer alusão à referida presença dos navios atômicos russos – que provavelmente não lhe tirou o sono –, nem ao nexo dessa presença com a orientação e o crescente armamentismo do governo venezuelano chavista; nem tampouco às alarmantes acusações de narco-estado e de aliado das FARC feitas a Chávez. Entretanto preocupa-o o simples fato de a Colômbia abrir seu território para uma base norte-americana. E depois ainda aponta esse fato como sendo contraditório com as declarações do presidente Uribe de que as FARC estão praticamente extintas. Se elas se acham nessa situação, tal se deve aos ingentes esforços do governo e do povo colombianos, nem sempre compreendidos, que entre outras coisas enfrentaram a oposição de quase todos os governos latino-americanos – inclusive do brasileiro – quando do golpe mortal assestado contra o guerrilheiro Raúl Reyes.

Mas as FARC estão sendo substituídas na sua ação revolucionária e desestabilizadora por um poderio muito superior: o atual regime venezuelano, armado até os dentes, amordaçando a oposição e ameaçando invadir outros países que contrariem seus ditames.








terça-feira, 28 de julho de 2009


FARC, helicópteros e bofetada


O senador colombiano Oscar Túlio Lizcana, 55 anos, acaba de lançar o livro Años en silencio (Editora Planeta, Bogotá), onde descreve seu cativeiro. Ele foi seqüestrado pelas FARC em agosto de 2000 e libertado em outubro de 2008, graças a um guerrilheiro desertor e após duríssima caminhada de mais de dois meses na selva.

Entre os inúmeros fatos narrados por ele o mais intrigante talvez seja a presença no acampamento guerrilheiro, em pelo menos sete ocasiões, de helicópteros do Bureau Geophysical Processing (BGP), empresa que explora petróleo no noroeste da Colômbia e é subsidiária da estatal chinesa China National Petroleum Corporation (CNPC). De acordo com Lizcana, esses helicópteros transportavam médicos, remédios, víveres e inclusive guerrilheiros.

Años de silencio chega às livrarias no momento em que outro escândalo abala o bloco bolivariano liderado por Hugo Chávez, cujos aliados declarados são os títeres do sempiterno regime cubano e os respectivos correlatos boliviano, equatoriano e nicaragüense, uma vez que Zelaya – tão chorado por fazer parte do mesmo rol – está fora de jogo. E os aliados não declarados, mas nem por isso menos eficientes, são os demais presidentes de esquerda da América Latina liderados por Lula da Silva.

Escândalos, e não escândalo. Pois de um lado está o filme no qual o principal líder guerrilheiro colombiano, Mono Jojoy, declara que as FARC doaram 300 mil dólares para a campanha eleitoral do presidente equatoriano Rafael Correa, e de outro, a apreensão em acampamentos guerrilheiros de armas vendidas pela Suécia à Venezuela. “Como foram elas parar nas FARC?” – interpelou Bogotá a Estocolmo...

Com as mãos sujas pelo dinheiro do narcotráfico ou pelo sangue derramado por armas repassadas a farcistas apoiados pela China, esses ditadores populistas de esquerda ainda obtêm o apoio de países, blocos de nações e instituições internacionais que fingem ignorar seus crimes e, juntos, se lançam contra a pequena e heróica Honduras que, dentro do marco estritamente legal, lhes deu solene e oportuna bofetada que ainda ressoa.


quinta-feira, 16 de julho de 2009

Fernandinho Beira-Córrego
Hugo Chávez Beira-Mar


O jornal madrilense “El País”, de orientação socialista, teve acesso a um relatório do Congresso dos Estados Unidos a ser publicado no final deste mês, denunciando “o nascimento de um narcoestado na Venezuela”. É o que informa seu correspondente em Washington, Antonio Caño, que acrescenta, em matéria publicada naquele jornal em 16/07/09: ‘Nos últimos cinco anos, quadruplicou a exportação de cocaína’.

Segundo ele, os negócios do narcotráfico venezuelano são feitos com a ‘cumplicidade de altos funcionários civis e militares do governo, que colaboram e protegem a guerrilha e as organizações criminosas colombianas’. E que a Venezuela se transformou ‘no principal centro de distribuição da cocaína produzida na Colômbia e no maior centro de embarque desse produto com destino, especialmente, aos mercados dos Estados Unidos e da Espanha’.

“Um alto nível de corrupção dentro do Governo venezuelano, do Exército e de outras forças de ordem e de segurança contribuiu para a criação deste crime de permissividade” – diz, a certa altura, o relatório do Congresso.

Por sua vez, o senador republicano Richard Lugar, o mais alto representante de seu partido na Comissão de Relações Exteriores do Senado norte-americano e responsável pela encomenda do relatório ao Escritório do Congresso de Controle do Governo (GAO), afirmou: “As descobertas deste relatório aumentam a minha preocupação de que a negativa da Venezuela em colaborar com os Estados Unidos na perseguição ao narcotráfico se deve à corrupção existente no governo desse país”. E considera que, após a investigação, “se requer, no mínimo, a revisão profunda da política dos Estados Unidos em relação à Venezuela”.

De acordo com o relatório, até 2004, os Estados Unidos, de comum acordo com a Venezuela, exerceram controle sobre a movimentação das drogas neste país, mas que desde então essa atividade praticamente cessou. E Washington não acredita nas versões da continuação desse combate pelo governo chavista, pois a exportação da droga colombiana foi transferida para a Venezuela, devido ao renhido combate à mesma no seu país de origem. A da cocaína, por exemplo, que saltou de 60 toneladas em 2004 para 260 toneladas em 2007.

“Segundo membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) interrogadas pelo governo colombiano – diz o documento do Congresso – funcionários venezuelanos, incluídos membros da Guarda Nacional, receberam subornos para facilitar a passagem de cocaína a partir da fronteira colombiana”. E prossegue: “A corrupção dentro da Guarda Nacional representa a ameaça mais significativa, porquanto a Guarda informa diretamente o presidente Hugo Chávez e controla as fronteiras, os aeroportos e os portos da Venezuela”.

Como reagirá Hugo Chávez a este incômodo documento do Congresso dos Estados Unidos? – Afirmará simplesmente que “não sabe de nada”, a exemplo de seu companheiro Lula da Silva em face do escândalo do Mensalão e de outros desmandos do seu governo?

Se os responsáveis pelo tráfico de drogas nos morros devem ser punidos pelos seus crimes, a fortiori o devem os chefes das nações que traficam. E se Fernandinho Beira-Mar, um dos chefes mais notórios do tráfico dos morros, está preso e com os bens confiscados, o mesmo deveria acontecer com Hugo Chávez: ser deposto pelas instâncias competentes e levado às barras dos tribunais internacionais. Aliás, esta seria uma das mais exemplares punições – tão reivindicadas pela esquerda – ao crime de “colarinho branco”... já que Chávez, ao que tudo indica, continuará impune pelo “colarinho vermelho” que faceiramente ostenta, símbolo de um "produto" ainda mais nocivo do que a droga: a revolução socialo-comunismo que, em conexão com outros parceiros, ele "trafica" continente afora.

Dada a flagrante desproporção entre os respectivos cargos e o volume das operações, Fernandinho se contentará doravante em ser chamado de Beira-Córrego, porquanto o codinome Beira-Mar lhe foi arrebatado por Hugo Chávez.



domingo, 12 de julho de 2009

A mídia e satanás


A mídia – refiro-me sobretudo à grande – age de modo geral como dócil instrumento de satanás. Como seu mestre, ela excita o quanto pode as paixões humanas pela divulgação de novelas, fotografias e textos imorais, e quando as vítimas culposas pela inoculação de tais matérias os transformam em ato, a mesma mídia lhes cai em cima com uma virulência infernal: são assassinos, estupradores, pedófilos, ladrões etc.

Sem eximir evidentemente de culpa essa categoria de pessoas, torna-se óbvio que os divulgadores da imoralidade infrene têm ponderável fatia de responsabilidade pela sua incidência nos respectivos crimes.

Pergunto: ao serem exibidas novelas onde cenas de infidelidade, de homossexualismo, de drogas, de toda sorte enfim de imoralidade são comuns, estão ou não seus divulgadores promovendo os divórcios, os abortos, os estupros, os crimes, a pedofilia e a homossexualidade que se dão depois na vida real? Participa de um crime não somente quem o pratica ou encomenda, mas também quem cria as condições para ele se realizar.

A mídia grita quando se fala de censura. Mas o que é mais grave: censurar os abusos dela, cujos amargos frutos dilaceram a sociedade, ou dar livre curso a tudo quanto ela dissemina de mal? Ou a mídia se julga mais importante do que toda a sociedade a ponto de considerar um simples limite aos seus intoleráveis abusos mais importante do que o tremendo mal que estes exercem sobre todo o corpo social?

Agindo assim, ela reclama para si o que censura nas piores ditaduras: calcar aos pés os mais lídimos direitos do indivíduo e da família à moralidade e à honra. E se transforma numa plutocracia acima da moralidade, da lei e do bem comum do País.

Como seu mestre – PhD por excelência na matéria – a mídia mente e manipula de modo sistemático. Quando não omite ou distorce tudo aquilo que não lhe convém.

Um exemplo de mentira. A mídia reboa a todo instante, como se fosse um dogma científico, a questão do aquecimento global. Ora, não somente isto não está provado como pelo contrário vem sendo seriamente contestado por incontáveis cientistas de renome mostrando tratar-se de uma balela. Há poucos meses, em Londres, enquanto cientistas “aquecidos” faziam um congresso para debater o tema, a neve caía lá fora como não acontecia há várias décadas...

Um exemplo de manipulação. Um matutino paulista com reputação de conservador, comentando notícia de opositores chavistas que danificaram uma estátua de Che-Guevara, deu à mesma o seguinte título: “Vandalismo”. Ou tantos jornais que se referem aos ladrões como “supostos” assaltantes e aos policiais como façanhudos e intransigentes; aos do MST como agricultores sem-terra e aos proprietários rurais como latifundiários ou suspeitos de praticar trabalho-escravo.

Um exemplo de omissão. Houve no mês de maio, na Espanha, grandes manifestações populares contra o aborto que reuniram milhões de pessoas. Pergunto quantos viram manchetes, ou mesmo meras notícias delas, estampadas em nossos jornais. Mas se meia dúzia de gatos pingados promovem análoga manifestação em defesa do aborto ou do “casamento” homossexual, a mídia é sôfrega em dar grande destaque.

Um exemplo de distorção. O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, ligado ao bloco bolivariano liderado por Hugo Chávez e protegido por Lula, à imitação dos ditadores que pululam na América Latina, tentou dar um golpe branco para se perpetuar no poder. Assim, em claro atentado à Constituição que proíbe a reeleição, convocou um plebiscito apoiado tão escandalosamente pela Venezuela que até mesmo as urnas e as cédulas (“milagrosas”) provinham daquele país. As forças vivas de Honduras se opuseram indignadas, e a Corte Suprema – que já havia admoestado Zelaya sobre a inconstitucionalidade de sua intenção – o declarou deposto. Em seguida ele foi expulso do país pelo exército. Estes foram os fatos.

Segundo a inversão dada dos mesmos pela mídia, foram golpistas as autoridades constituídas de Honduras, não o candidato malogrado a ditador! Isso porque Zelaya é lulo-chavista, e de direita essas autoridades. Veja o leitor – en passant – a afinidade da imoralidade com a esquerda. Em geral, os mesmos que promovem a primeira são adeptos da segunda.

É possível que corifeus da mídia, não querendo simplesmente ignorar quanto sobre ela está escrito nestas modestas considerações (à maneira demônio, que com freqüência faz ouvidos moucos às ordens do exorcista), saiam com tiradas sarcásticas na linha do vade retro, satana. Se o fizerem, estarão mais uma vez dando mostra de docilidade ao velho mestre, que quando responde o faz com molecagens...




quinta-feira, 9 de julho de 2009


Michael Jackson: herói ou guru?

Helio Dias Viana

É difícil brotar verdadeiros valores do mundo massificado e globalizado no qual vivemos. Isso porque tanto a massificação como a globalização conduzem à despersonalização e, portanto, ao oposto daquilo que tem de fato valor e autenticidade.

Nessas condições, destaca-se a justo título aquele que consegue retirar de si forças para sobrepujar esse obstáculo e se impor pela afirmação da sua própria personalidade. Tanto mais ele se sobressairá quanto mais se afirmar no sentido do bem, tornando maiores as suas discrepâncias com tudo aquilo que for sinônimo de incerteza e indefinição.

Isso outrora era mais fácil, porquanto as pessoas eram fruto do povo, edificado gradualmente de dentro para fora pela operosa influência de valores familiares hauridos do passado cristão, e não da massa, construída artificial e desordenadamente de fora para dentro ao sabor da propaganda e da moda revolucionárias.

Michael Jackson foi um fenômeno lançado nos anos oitenta por certo metteur-en-scène ao qual se amoldou inteiramente, assimilando todas as características da massificação e da globalização nele inoculadas; tornou-se um ser hermafrodito ou andrógino – descaracterizado, portanto, inclusive no tocante ao sexo –, despersonalizado, supra-religioso e artificial. Ele não se fez, não construiu a sua própria personalidade, mas foi “fabricado” de fora para dentro por alguém que de comum acordo com ele se utilizou das suas inegáveis qualidades naturais para um determinado fim.

Qual foi esse fim? Michael Jackson tornou-se o próprio símbolo de uma época de dubiedade, incerteza e indefinição na qual mais do que nunca importava aos homens serem lógicos e conseqüentes; onde o sim fosse sim, e o não, não; onde o homem fosse másculo, e a mulher, delicada; onde o belo e o feio fossem excludentes, incapazes de conviver promiscuamente, e assim por diante. Jackson foi, em suma, o homem-símbolo de uma imensa revolução igualitária e relativista, onde as indispensáveis diferenças entre sexo, idade, cor – entre outros atributos inconfundíveis do homem –, se adelgaçassem a ponto de quase desaparecerem.

A propaganda descomunal feita em torno dele, tanto durante a vida como post-mortem, foi mais eficaz para a disseminação dessa perniciosa forma de mal que é o relativismo, do que se para isso tivessem sido escritas várias obras. Pois Michael Jackson não explorou somente a música – um dos meios mais eficazes e penetrantes de propaganda –, mas também criou e encarnou um tipo humano, um estilo e um modo híbridos de ser, altamente destrutivos da ordem cristã e úteis à Revolução Cultural. Ele conseguiu resumir numa só pessoa e disseminar a partir de si mundo afora aquilo que pode haver de mais monstruoso e antinatural: o ser e o não ser.

Por que o mais monstruoso? Simplesmente porque nós homens fomos criados à imagem e semelhança de Deus, que disse de Si: “Eu sou Aquele que é”. Portanto, quanto mais formos nós mesmos, isto é, desenvolvamos as características inatas decorrentes da nossa personalidade individual – e não coletiva, como se dá com a massa trabalhada pela propaganda –, chamando de feio ao feio, de bem ao bem e de mal ao mal, mais nós nos assemelhamos a Deus, nosso Criador. Pelo contrário, quanto mais indefinidos, dúbios, híbridos, tanto mais nos distanciamos de Deus e nos parecemos com o demônio.

Realiza-se, portanto, e se torna um herói digno de ser imitado aquele que domina as suas paixões e se submete ao império da razão e da Fé. Michael Jackson teria sido tal se tivesse assim agido. Infelizmente ele não o fez, pois teria ficado um ilustre desconhecido aos olhos dos homens, embora bem cotado junto de Deus, com Quem se teria assemelhado aqui na terra para gozar depois de Sua companhia por toda a eternidade.

Ao caminho árduo mas glorioso dos heróis que forjam o próprio rumo Michael Jackson preferiu submeter-se à manufatura que gera gurus notórios e prenhes de vício. Desbordou-se em vez de controlar-se, à excelência quis o excesso, à temperança o desbragamento. E assim morreu como viveu: sob os holofotes da mídia e idolatrado por fãs enlouquecidos que vivem de sua grotesca imitação. Ele teve popularidade, que é a glória efêmera dos demagogos, mas não a glória, que é a popularidade dos heróis e dos santos, de acordo com Plinio Corrêa de Oliveira.

Caso tivesse trilhado a senda dos heróis e dos santos – conhecido ou não de outros mortais como ele, quê importa? –, Michael Jackson teria tido sem dúvida a verdadeira e sempiterna popularidade, que é a glória que o próprio Deus reserva a todos aqueles que O temem e servem. Sejamos todos fãs daquilo que Michael Jackson deveria ter sido e não foi!









terça-feira, 7 de julho de 2009

A questão hondurenha:
David x Golias

Helio Dias Viana

Os acontecimentos de Honduras são simples e de fácil compreensão. Eles foram, contudo, totalmente distorcidos.

Como em todo país civilizado, existe ali uma Constituição, a qual entre outras coisas prevê que o mandato presidencial é único, proíbe a reeleição e declara automaticamente destituído de suas funções e sujeito às penalidades da lei quem agir em sentido contrário.

Ora, Manuel Zelaya, presidente de turno em fim de mandato, movido por nefasta influência que de algum tempo a esta parte recebe do ditador venezuelano Hugo Chávez, se julgou como este superior à lei e decidiu desobedecer à Constituição. Convocou para isso um plebiscito que lhe possibilitasse apresentar-se novamente como candidato, apesar de ter sido advertido dessa impossibilidade pelos poderes competentes.

Mas ele não se deteve. Animado por Chávez e outros componentes da esquerda latino-americana, Zelaya obteve da Venezuela inclusive as urnas e as cédulas a serem utilizadas no plebiscito. Só não consta se foram enviados também os computadores com os resultados já pré-estabelecidos... como, segundo se suspeita, pode ter acontecido na Bolívia e no Equador, onde consultas análogas foram feitas, com êxito para a esquerda.

Estava assim caracterizado o golpe; branco, é verdade, mas golpe. As autoridades constituídas dos poderes Legislativo e Judiciário não fizeram senão declarar Zelaya destituído de seu cargo e sujeito às penalidades previstas por violação da norma constitucional, tendo ele em seguida sido expulso do país pelo Exército, que julgou sua presença nociva para a tranqüilidade pública. Não podendo “embarcar” em novo mandato através das urnas da Venezuela, Zelaya ao menos teve a consolação de embarcar para seu exílio forçado num avião daquele país.

Crescia entrementes a pressão contra Honduras. Pois a esquerda internacional, mestra na arte de dissimular, seguidora meticulosa do preceito de Voltaire “menti, menti, alguma coisa sempre ficará”, julgou urgente dar dos fatos a versão que lhe convinha. Tanto mais quanto ela percebia que a punição imposta a Zelaya a comprometia como um todo e abria perigoso precedente. Atirou-se então à faina.

Assim, de golpista Zelaya se transformou em vítima e, com raras exceções, toda a tuba publicitária mundial se pôs a noticiar com furibunda indignação o “Golpe de Estado de Honduras”.

A partir daí, diversos Chefes de Estado – vários dos quais complacentes com as piores ditaduras de esquerda – se puseram a recriminar em uníssono a destituição de Zelaya. O Presidente do Brasil, por exemplo, não se envergonhou de fazê-lo da Líbia, onde se encontrava ao lado do “democrata” Gadafi, e pouco depois de ter condenado com veemência a oposição iraniana a Ahmadinejad...

Por sua vez, a ONU e a OEA – a primeira tão inoperante quanto desmoralizada, com padrão de grandeza restrito ao número de seus membros e tamanho de suas instalações, e a segunda alvo constante dos ataques de membros da ALBA – se tomaram repentinamente de um brio que não demonstram em relação aos regimes de esquerda e, quais novos Golias, lançaram contra Honduras uma “cruzada sem cruz”.

Foi assim que, do alto da presidência da ONU, onde certas forças misteriosamente o alçaram, Miguel D’Escoto, padre apóstata da “Teologia da Libertação” e ex-chanceler da Nicarágua sandinista, fustigou contra Honduras seu anátema, recebido como dogma por aquela Assembléia laica, cuja “Homilia com a versão dos fatos segundo a Mídia” foi lida pelo acólito ad hoc Manuel Zelaya.

De fato, com essa missão, o secretário-geral da OEA desempenhou o papel de embaixador da ALBA, pois ele perseguia precisamente o que desejavam Hugo Chávez e seus cúmplices: a manutenção de Zelaya no poder, com a posibilidade de vir a transformar Honduras em satélite da Venezuela e de Cuba. Tendo malogrado na sua tentativa, Insulza decidiu a expulsão Honduras da OEA. Mas chegou tarde, pois aquela já se havia destacado da organização que readmitiu Cuba.

Enquanto isso, na Nicarágua, foi montado um teatro de operações para o qual se transladou Zelaya, a fim de, juntamente com Ortega, Chávez e Rafael Correa, exercerem maior pressão contra Honduras. Não adiantou.

Tal novo David, Honduras prevaleceu, pelo menos até o momento. Mas cumpre que ela não abaixe a guarda e se compenetre cada vez mais de que sua luta é contra um velho inimigo, polimórfico e insidioso: o comunismo internacional, ressurgido na América Latina sob a forma de bolivarianismo, com ramificações no mundo islâmico e forte respaldo na “Teologia da Libertação”.


sábado, 4 de julho de 2009

A QUEM SERVE A OEA?



Acabo de ler, com espanto e indignação, as declarações do chileno José Miguel Insulza, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), após sua malograda visita a Honduras: “Minha conclusão é a de que a ruptura da ordem constitucional persiste e que os que fizeram isso não têm de momento nenhuma intenção de reverter a situação”.

Ou seja, segundo ele a ordem constitucional foi rompida, não porque o presidente Manuel Zelaya desrespeitou a Constituição ao tentar realizar um plebiscito vedado pela mesma, mas porque as forças vivas da nação, lideradas pelo Poder Judiciário, impediram esse desrespeito e afastaram o infrator!

De mais a mais, a de Zelaya não foi uma ruptura qualquer. Pois o que ele de fato pretendia com o plebiscito era aplicar em Honduras o mesmo esquema já utilizado com sucesso pelo socialo-chavismo no Equador e na Bolívia: com base em consulta popular (não isenta de alto risco de fraude), perpetuar-se – e ao sistema – no Poder. Esquema – diga-se de passagem – elogiado como modelo de democracia para o Continente pelo secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, durante conferência em Lima.

A atitude do Sr. Insulza espanta ainda mais porquanto acena para a possibilidade de expulsar Honduras da OEA pouco depois de nela readmitir Cuba (que continua sangrando sob o tacão de seus ditadores), inoculando assim, no próprio seio, o câncer comunista que os hondurenhos corajosamente repelem.

Nolens, volens, o secretário-geral da OEA obedeceu às injunções do bloco bolivariano (visto com franca simpatia pelos presidentes Barack Obama e Lula), cujo objetivo confessado é a implantação do socialo-comunismo em todo o Continente. Bloco que inclusive inventou a Alternativa Bolivariana para as Américas (ALBA) para substituir a OEA!

Secretário-geral da OEA, o Sr. Insulza fez na prática a política de embaixador da ALBA!










sábado, 11 de abril de 2009



Tsunamis americanos


Nossa mídia, com freqüência tão sôfrega em noticiar assuntos sem o menor interesse do público, omite-se de fazê-lo no tocante a certos fatos espantosos – verdadeiros tsunamis – que acontecem numa ordem de coisas que lhe é adversa. Por exemplo, em relação ao que ocorre atualmente nos Estados Unidos.

Com efeito, o reitor da Universidade Católica de Notre Dame, Pe. John Jenkins, CSC, convidou o presidente Obama para presidir à abertura do ano letivo daquela prestigiosa instituição no dia 17 de maio, quando receberá o título de Doctor honoris causa.

O convite causou espécie nos católicos, porquanto Obama promove abertamente o aborto e outras medidas contrárias à moral da Igreja.

Não tardou para que a Cardinal Newman Society lançasse um vigoroso abaixo-assinado de protesto, subscrito por cerca de 250 mil católicos, pedindo ao reitor para retirar o convite.

Ao mesmo tempo, cerca de 400 alunos da referida Universidade protestavam no campus com análoga exigência.

O movimento de tal modo pipocou que muitos bispos julgaram não poder ficar indiferentes. Tanto mais quanto o próprio ex-Arcebispo de Saint Louis e atual presidente da Assinatura Apostólica, Dom Burke, havia censurado o fato de muitos deles não terem sido zelosos em alertar os fiéis contra o programa anticatólico de Obama, levando-os a elegê-lo.

Assim, até o momento, 31 prelados – o Cardeal presidente da Conferência Episcopal, Arcebispos e Bispos – e pelo menos 600 sacerdotes se manifestaram publicamente contra o convite feito ao presidente Obama, pedindo ao Pe. Jenkins o cancelamento do mesmo.

Pelo menos um bispo chegou a dizer que a Universidade de Notre Dame deveria renunciar ao nome de católica, não somente pelo presente convite, mas também porque sob a égide do mesmo reitor ali foram encenadas no passado representações da mais baixa pornografia.

A TFP americana não podia omitir-se. Seu presidente, Raymond Earl Drake, dirigiu ao Pe. Jenkins uma carta de protesto ao mesmo tempo enérgica e respeitosa. – A referida TFP já havia empreendido vitoriosa campanha contra o filme blasfemo “O Código da Vinci” e acaba de liderar um tsunami de protestos contra o diário francês “Le Monde” (em 25/4 foram mais de 500 e-mails por hora, segundo o jornal) por conta de um ignóbil e sacrílego ataque a Nosso Senhor e ao Papa.

Na esteira dos protestos presentemente em curso nos EUA, a Casa Branca acaba de confirmar o recebimento de nada menos que 2.250.000 (dois milhões duzentos e cinqüenta mil) envelopes vazios, de cor vermelha, uma iniciativa de Chris Otto, militante contra o aborto. No verso de cada envelope está escrito: “Este envelope representa uma criança que morreu abortada. Ele está vazio porque aquela vida não pôde oferecer nada ao mundo. A responsabilidade começa na concepção”.

Last but not least, até o momento nenhum dos três candidatos a embaixador americano junto à Santa Sé foi aceito, pois todos eram favoráveis ao aborto.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Obama: o mito e a realidade

Não me lembro de homem público que tenha sido objeto de tantos elogios e expectativas como Obama. O que o coloca em situação difícil, pois ele não pode ter uma performance diferente de tais expectativas. – Estará correspondendo a elas?

Mal assumiu o governo e pelo menos quatro de seus ministros já renunciaram por conta de sonegação fiscal. Sua política interna vem sendo justamente acusada de socialista pelas medidas econômicas que ele vem adotando para conter a crise, e de contrária aos valores morais por favorecer o aborto e permitir a pesquisa com células-tronco embrionárias.

No plano externo, sua iniciativa de estreitar relações com a Rússia de Putin e de suspender o embargo à Cuba dos irmãos ditadores da oligarquia castrista tem causado apreensão nos meios conservadores. Pois de um lado todos sabem que o ex-coronel da KGB vem reestruturando o antigo regime soviético, e de outro, que a negra miséria em que jaz a Ilha do Caribe provém não do embargo americano, mas do próprio sistema socialista ali instaurado há meio século.

Mas nada disto preocupa Obama, que também está em vias de suspender o estratégico escudo antimísseis na Polônia e na Checoslováquia, concebido no governo Bush, desde que a Rússia obtenha de seu aliado – do “meigo” presidente iraniano – a cessação do enriquecimento de urânio para fabricação de armas atômicas...

Em face desse retraimento militar estratégico do governo Obama e da má vontade da União Européia para a solução da débâcle financeira de seus parceiros do Leste, já há quem diga que uma nova Yalta – ou seja, a volta dessas nações à tutela da Rússia – se perfila no horizonte.

O “Obama nas alturas”, entoado em uníssono pela mídia internacional, já não é unânime. A imprensa inglesa, por exemplo, começa a criticá-lo. Por enquanto não por conta de assuntos de grande transcendência como os acima referidos, mas pela gafe cometida quando da recente visita do primeiro-ministro Brown e de sua esposa aos EUA. Pois a gafe de alguém que se encontre à testa de um país, sobretudo se este for um país gigante, toma as proporções não desse alguém, mas do país.

Primeiramente Obama cancelou a entrevista coletiva prevista para logo após a chegada da comitiva inglesa. E depois, no momento da tradicional troca de presentes, enquanto Brown, apesar de socialista, agia como gentleman, Obama agia simplesmente como socialista...

Com efeito, Brown presenteou-o com um porta-canetas entalhado em madeira extraída do mesmo navio do qual fora esculpida a bela e prestigiosa escrivaninha Resolute Desk. Presenteada pela Rainha Vitória em 1880 ao presidente americano de turno na época, essa escrivaninha vem sendo usada por quase todos os seus sucessores no Salão Oval da Casa Branca. Deu-lhe, ademais, uma reprodução emoldurada do navio Resolute e uma coleção de sete volumes de Winston Churchill.

Qual foi o presente de Obama? Uma coleção de DVDs, que provavelmente mandou comprar às pressas em alguma loja do Wall Mart! Além do mau gosto e da má qualidade da escolha, os DVDs americanos nem podem ser tocados nos aparelhos ingleses, por incompatibilidade técnica.

O gesto foi considerado pelos jornais ingleses como uma imensa gafe. Vejamos se a mídia brasileira a comentará com o mesmo afã com que se debruçava sobre qualquer deslize de Bush. Duvido.


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O adeus de Eluana


A morte de Eluana – a jovem italiana que sobreviveu 17 anos aguardando a hora em que Deus a chamasse – recordou-me o que amiúde sucede com certos prédios em vias de ser tombados: da noite para o dia são demolidos, a fim de evitar o tombamento. Assim, enquanto no Senado se discutia uma lei que salvaria aquela desditada jovem e tantas outras pessoas da eutanásia, em uma clínica particular de Udine a picareta da morte abatia-se inclemente sobre sua cabeça.

Os que perpetraram esse nefando crime esqueceram-se de que, contrariamente ao que sucede com os prédios, o “monumento” Eluana, cuja “demolição” era desejada pelo próprio pai, mais do que pertencente a ele ou à família, era patrimônio intocável de Deus, Autor da vida.

Mas – perguntará alguém – por que tanto alvoroço em torno de uma moça que até então era desconhecida do mundo? Havia, da parte dos que desejavam seu fim imediato, grande apreço por sua pessoa? – Não, simplesmente queriam que ela "deixasse de sofrer”, ainda que para isso devessem ser utilizados meios ilícitos como a eutanásia.

Esse horror ao sofrimento conduz a extremos impensáveis. Por exemplo, ao que levou a leitora de certo jornal a manifestar sua indignação por uma fotografia publicada na edição anterior. A foto mostrava um cavalo atrelado pelo cabresto à garupa de uma motocicleta, enquanto por uma corda atada à sua cauda ele puxava uma motocicleta estragada e seu respectivo condutor.

Por maior que seja o mau gosto da brincadeira, meçamos contudo o modo como a leitora se refere aos protagonistas da cena, e nos perguntemos se ela seria tão enfática ante a notícia de um aborto ou de uma eutanásia – por exemplo, a que ceifou a vida de Eluana:

“Escrevo indignada, chocada e completamente estarrecida com a foto cruel estampada na página 2. São covardes, cruéis, imbecis, sem rosto, sem alma, sem mãe, nem pai. Essa é a definição para estes dois monstros, que simplesmente se acham no direito de pegar um animal e usá-lo da maneira mais cruel que uma mente doente poderia usar. Tenho pena de quem convive ou ao menos conhece esses dois indivíduos.”

Mas a mentalidade do homem contemporâneo, feita de horror ao sofrimento, é que se não for corrigida pode levá-lo a se tornar um verdadeiro monstro. Pois com freqüência o tem conduzido a aprovar ou praticar atos contrários à razão e à sua própria natureza, que não se vêem nem sequer nos animais.

Assim, foi de um lado em torno dessa aversão ao sofrimento, e, de outro, da compreensão de que ele é parte integrante da vida, que se posicionaram pessoas no mundo inteiro em torno do “caso Eluana”.
Mas, seja como for, a aprovação da eutanásia tem levado a situações impensáveis.

Na Bélgica, por exemplo, onde ela já foi aprovada, muitos idosos saudáveis têm se mudado para a Alemanha, junto à fronteira com o seu país, com receio de os próprios familiares lhes encurtarem os dias...

Estranho paradoxo: em nosso tempo, no qual como nunca se falou de paz, nunca se matou tanto. Mas muito mais do que nas guerras ou em decorrência da criminalidade generalizada, o que mais matou foi o egoísmo humano: sua sede de prazer engendrou o aborto e a eutanásia como instrumentos para tentar edificar na Terra um “paraíso” sem Deus.

Parafraseando Voltaire, homem sem moral e sem Deus, que ao partir da Holanda resumiu suas impressões de viagem na apóstrofe “Adieu, canaux, canards, canaille” (Adeus, canais, patos, canalha), com muito mais razão podia Eluana exclamar, ao partir definitivamente daquele Velho Mundo cada vez mais sem moral e sem Deus, no qual o elemento muçulmano vai sobrepujando o europeu: “Adieu, sarrasins, européens, assassins!” (“Adeus, sarracenos, europeus, assassinos!”).

sábado, 14 de fevereiro de 2009

x
Atentado sacrílego na Venezuela
x
x
xx
x
Na madrugada de quinta para sexta-feira última, um atentado sacrílego foi perpetrado contra uma imagem de Nossa Senhora que se venera na Plaza Altamira, em pleno centro de Caracas. A venerável imagem (foto) teve a cabeça e a mão direita decepadas.

O sacrilégio causou grande indignação nos católicos venezuelanos, que acusam os aliados do governo, que em outras ocasiões praticaram atos semelhantes naquele e em outros locais.

A Plaza Altamira tem sido palco de manifestações contra o regime socialista e totalitário de Hugo Chávez, que tentará eternizar-se no poder se vencedor do plebiscito marcado para amanhã, 15 de fevereiro.

Na Venezuela – como também no Equador e, em menor escala, na Bolívia – não é a primeira vez que sob governos populistas prestigiados pelo presidente Lula, graves atropelos são cometidos contra a religião católica. Sobretudo na iminência de plebiscitos “populares”.

Como se recorda, o plebiscito de 2008, através do qual foi aprovada a nova Constituição “bolivariana” do Equador, foi precedido de uma série de atentados contra a Sagrada Eucaristia e ameaças contra membros da Hierarquia católica.

Além de desagravar Nossa Senhora pela inominável ofensa de que acaba de ser objeto na Venezuela, os católicos brasileiros devem abrir os olhos para as reais intenções desses governos de esquerda – radical ou moderada, pouco importa –, pois o ódio declarado ou velado à Igreja Católica é o denominador comum de todos eles.

Quando não são atentados diretos contra a Eucaristia ou símbolos religiosos – ódio declarado –, são leis ou iniciativas frontalmente contrárias ao Decálogo, demolidoras da família e da propriedade: ódio velado e, por isso mesmo, com maior possibilidade de êxito, como temos visto no Brasil.
x

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

“Si vis pacem, para bellum”
(Se queres a paz, prepara-te para a guerra)

Tão antiga quanto os romanos, esta assertiva é mais atual do que nunca! Tanto no âmbito individual como no das nações.


No individual, porque o bom senso ensina – sobretudo aos bandidos e criminosos – que se deve pensar duas vezes antes de investir contra alguém que se presume esteja armado. E só mesmo românticos eivados de sentimentalismo humanitário (que se transformam em hienas em relação a quem discorde de sua atitude suicida) querem o desarmamento dos homens honestos.


Os que assim pensam são os “católicos progressistas”, petistas e congêneres, cujo extremismo ideológico os torna córneos diante das maiores contradições. Assim, eles são pelo desarmamento dos pais de família brasileiros e, ao mesmo tempo, favoráveis ao acolhimento de terroristas estrangeiros, cujas mãos empunharam armas em seus países para assassinar chefes de família; estremecem-se diante de qualquer excesso cometido contra um animal, e são indiferentes ao crime do aborto ou da eutanásia. E assim por diante.


O mais perigoso, contudo, é quando pessoas com essa mentalidade passam a dirigir os destinos das nações. Pois procurarão aplicar, em nível nacional e internacional, essa mesma postura comprovadamente suicida no âmbito individual.


Esta é a maior preocupação de americanos sensatos em relação ao governo Obama: que diante dos bandidos e criminosos da cena internacional, cada vez mais numerosos e ousados, ele pratique essa mesma política de desmobilização. Vontade não lhe falta. Nem physique du rôle: ele é o próprio reflexo da desmobilização.


Assim, fala-se em diminuição do arsenal bélico americano e diálogo com a Rússia, a China e o Irã, como se esses países, governados por homens a serviço de uma doutrina despótica e totalitária, pudessem respeitar qualquer tratado. E que devem, tais homens, apenas saído de sua hilariante visita o vice-presidente americano Joe Biden – como a que ele acaba de fazer à Rússia – dar boas gargalhadas da ingenuidade estúpida de quem acha que com o sorriso é capaz de conquistar corações de ferro.


Mas o largo e desprevenido sorriso de Biden, largamente difundido pela mídia, não foi feito para conquistar ditadores. Nolens, volens, ele serviu para desmobilizar a vigilância da opinião pública ocidental. Pois um sorriso pode, em certas circunstâncias, valer mais do que um discurso. E pouca gente gosta tanto do sorriso como o norte-americano... ou o brasileiro. Aliás, a hilaridade não tem sido uma das principais “armas” do presidente Lula para desmobilizar nossa opinião pública e ir se impondo?





segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Herança maldita do neoliberalismo...

Mensalão boliviano

Estarreceu a opinião pública boliviana o assassinato em La Paz, no dia 27 de janeiro, do empresário Jorge O’Connor, de 37 anos, do qual dois malfeitores em moto levaram nada menos que 450 mil dólares, que ele e um sócio acabavam de sacar de uma agência do Banco Unión.

No dia seguinte foram presos os principais suspeitos, entre eles Luis Fernando Córdova e seu irmão Ernesto, exploradores da prostituição naquela capital. O primeiro acompanhara os dois empresários até o banco para retirar o dinheiro, e conduzia o veículo quando este foi abordado por Rufino Rodríguez Coca, autor dos disparos, que o acusou depois de ter planejado o crime.

Para além do episódio policial, entrou em cena um fato político. A importância fora sacada da conta da estatal de petróleo boliviana YPFB e, ao que tudo indica, destinava-se a subornar o presidente desta, Santos Ramírez, homem da confiança de Evo Morales. Ele receberia o dinheiro como propina (10%) sobre o adiantamento de 4,5 milhões de dólares que a YPFB havia feito ao malogrado empresário, para que sua empresa, Catler Uniservice, com patrimônio de apenas sete mil dólares e sem referencial técnico, construísse uma fábrica separadora de gás liquefeito em Santa Cruz, projeto orçado em 86 milhões de dólares.

As suspeitas subiram de tom por duas outras circunstâncias: 1) um sócio de O’Connor na Uniservice, Mario Cossío, em cujo nome estava um dos cheques sacados, é assessor do braço direito de Ramírez; 2) um cunhado deste último alugava um apartamento no imóvel em frente ao qual se deu o crime, e estava ali naquele exato momento, juntamente com um primo da esposa de Ramirez, supostamente para receber o dinheiro.

Como resultado, Evo Morales, que de início tentou defender o “companheiro” – possuidor em La Paz uma mansão à venda por US$ 1,5 milhão – foi obrigado a exonerá-lo, nomeando para seu lugar o ex-ministro de Hidrocarburos e Planificação do Desenvolvimento, Carlos Villegas, a quem encarregou de fazer a sindicância juntamente com a vice-ministra de Transparência e Luta contra a Corrupção, Nardy Suxo. Visivelmente preocupado, num discurso que fez lembrar os de Lula quando seus melhores “companheiros” se viram comprometidos com o “mensalão”, Evo anunciou que “o companheiro Santos Ramírez tem a obrigação de defender-se diante da justiça, diante do povo boliviano e diante das instâncias correspondentes...”.