Tsunamis americanos
Nossa mídia, com freqüência tão sôfrega em noticiar assuntos sem o menor interesse do público, omite-se de fazê-lo no tocante a certos fatos espantosos – verdadeiros tsunamis – que acontecem numa ordem de coisas que lhe é adversa. Por exemplo, em relação ao que ocorre atualmente nos Estados Unidos.
Com efeito, o reitor da Universidade Católica de Notre Dame, Pe. John Jenkins, CSC, convidou o presidente Obama para presidir à abertura do ano letivo daquela prestigiosa instituição no dia 17 de maio, quando receberá o título de Doctor honoris causa.
O convite causou espécie nos católicos, porquanto Obama promove abertamente o aborto e outras medidas contrárias à moral da Igreja.
Não tardou para que a Cardinal Newman Society lançasse um vigoroso abaixo-assinado de protesto, subscrito por cerca de 250 mil católicos, pedindo ao reitor para retirar o convite.
Ao mesmo tempo, cerca de 400 alunos da referida Universidade protestavam no campus com análoga exigência.
O movimento de tal modo pipocou que muitos bispos julgaram não poder ficar indiferentes. Tanto mais quanto o próprio ex-Arcebispo de Saint Louis e atual presidente da Assinatura Apostólica, Dom Burke, havia censurado o fato de muitos deles não terem sido zelosos em alertar os fiéis contra o programa anticatólico de Obama, levando-os a elegê-lo.
Assim, até o momento, 31 prelados – o Cardeal presidente da Conferência Episcopal, Arcebispos e Bispos – e pelo menos 600 sacerdotes se manifestaram publicamente contra o convite feito ao presidente Obama, pedindo ao Pe. Jenkins o cancelamento do mesmo.
Pelo menos um bispo chegou a dizer que a Universidade de Notre Dame deveria renunciar ao nome de católica, não somente pelo presente convite, mas também porque sob a égide do mesmo reitor ali foram encenadas no passado representações da mais baixa pornografia.
A TFP americana não podia omitir-se. Seu presidente, Raymond Earl Drake, dirigiu ao Pe. Jenkins uma carta de protesto ao mesmo tempo enérgica e respeitosa. – A referida TFP já havia empreendido vitoriosa campanha contra o filme blasfemo “O Código da Vinci” e acaba de liderar um tsunami de protestos contra o diário francês “Le Monde” (em 25/4 foram mais de 500 e-mails por hora, segundo o jornal) por conta de um ignóbil e sacrílego ataque a Nosso Senhor e ao Papa.
Na esteira dos protestos presentemente em curso nos EUA, a Casa Branca acaba de confirmar o recebimento de nada menos que 2.250.000 (dois milhões duzentos e cinqüenta mil) envelopes vazios, de cor vermelha, uma iniciativa de Chris Otto, militante contra o aborto. No verso de cada envelope está escrito: “Este envelope representa uma criança que morreu abortada. Ele está vazio porque aquela vida não pôde oferecer nada ao mundo. A responsabilidade começa na concepção”.
Last but not least, até o momento nenhum dos três candidatos a embaixador americano junto à Santa Sé foi aceito, pois todos eram favoráveis ao aborto.
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