quarta-feira, 13 de abril de 2011

O internacionalismo petista

À medida que passa o tempo, tornam-se cada vez mais claros os motivos da fúria lulo-petista em relação a Honduras. Com efeito, ao alijar do poder o golpista Zelaya, os valorosos hondurenhos simplesmente estragaram o lúgubre festim do PT – um partido nascido da Teologia da Libertação e atual ponta de lança na luta pela implantação do comuno-tribalismo na América Latina, para cujo êxito o fator unanimidade é imprescindível.

Nascida no Peru com o padre Gustavo Gutiérrez, a Teologia da Libertação dispõe de seus “missionários” políticos, os quais, bem entendido e para dizer pouco, da verdadeira religião católica são completamente alheios. Para estabelecer suas diretrizes e metas, eles se reúnem numa espécie de conclave laico denominado Fórum de São Paulo, como outrora se reuniam os partidos comunistas em seus respectivos congressos.

O mais destacado desses “missionários” se chama Luiz Inácio da Lula da Silva. Após deixar a Presidência, ele se tem movido de um lugar para outro em possante jatinho pertencente à empresa de um riquíssimo empresário que foi o avalista de sua eleição e cuja recente morte foi chorada em quase todos os ambientes.

Ainda sobre “o cara”, ouvi alguém proclamar um dia, no microfone de importante templo católico, este ditirambo, regado a duvidosa água benta: é o “ungido do Senhor”... Elogio, aliás, repetido mais tarde pelo Cardeal D. Claudio Hummes, que o comparou a Nosso Senhor Jesus Cristo e São Francisco de Assis!

Repetidas à saciedade, estas e tantas outras desmedidas e até ridículas exaltações pessoais – sobretudo quando provindas de altos eclesiásticos e políticos – constituem apetrechos indispensáveis à bagagem de quem foi escolhido para exercer um papel relevante na causa revolucionária na América Latina. Quanto mais ditirâmbicas e repetidas, tanto mais elas vão “fazendo” o personagem.

Mais modestos sob este ponto de vista, dois membros da ponta de lança deste conglomerado político-ideológico inspirado na Teologia da Libertação – os petistas Luis Fabre e Valdemar Garreta – estão cedidos desde janeiro ao candidato populista Ollanta Humala no Peru, para com os préstimos de João Santana, o hábil marqueteiro que elegeu Lula em 2002 e cuida hoje da imagem de Dilma Roussef, interferir ostensivamente nas eleições presidenciais daquele país.

Tal ingerência levou o jornal socialista espanhol “El País” (13/4/2011) a escrever surpreso: “O Brasil estreou no Peru como uma autêntica potência regional ao influenciar sem tapumes na vitória do candidato nacionalista Ollanta Humala no primeiro turno das eleições presidenciais. Dois assessores, membros ambos do governante Partido dos Trabalhadores (PT), trabalham desde janeiro em Lima para moderar o discurso radical de Humala, a fim de ampliar a base eleitoral do candidato. Até agora o Brasil tinha sido árbitro em vários conflitos regionais, como os havidos entre a Venezuela e Colômbia, a crise interna boliviana e o golpe de estado hondurenho, mas nunca se tinha implicado tão diretamente numa corrida presidencial estrangeira”.

E prossegue: “Os assessores brasileiros Luis Favre e Valdemar Garreta imitaram a chamada estratégia de ‘paz e amor’ ideada pelo especialista João Santana para os comícios de outubro de 2002, nos quais Lula obteve a presidência após três tentativas falidas. A tática foi simples: evitar os confrontos e as propostas radicais para quebrar a resistência à imagem de líder sindical de Lula. Com Humala o trabalho foi mais duro, porque é um ex-militar golpista considerado um discípulo do chavismo.

“‘Eu pensava que Ollanta tinha que começar a campanha fortalecendo sua base de apoio com promessas radicais. Mas os estrategistas brasileiros disseram que teria que fazer o contrário, que era necessário reduzir a resistência ao projeto nacionalista. E tiveram razão’, explica Sinesio López, um colaborador muito próximo de Humala [...].

“O sociólogo conta que os assessores [brasileiros] também sugeriram a Humala que incluísse na sua lista para o Congresso políticos de esquerda moderada. Foi o caso de Javier Diez Canseco, um dos principais opositores do governo Fujimori. O político é assíduo do Fórum de São Paulo, o encontro anual de partidos de esquerda fundado pelo PT em 1990. El fórum inclui todo o arco de grupos, desde os mais radicais aos mais moderados, que governam numa dezena de países da região ou são a principal oposição em outros cinco”.

Resumindo, como em toda a América Latina existe uma franca oposição de fundo psicológico e religioso ao comunismo, o único meio de seus sequazes fazê-lo avançar é pela utilização da arma do engano; ocultando suas reais doutrinas e metas, e fazendo alianças espúrias, tanto políticas, como religiosas, empresariais, sindicais etc.

Mas para quem quiser ver a hidra revolucionária de corpo inteiro, e evitar que através de seu visgo hipnótico dissimulado pela dança lúbrica ela primeiro iluda e depois trague milhões de incautos, é só olhar para o PNDH-3: nele está plenamente consubstanciada, sem maquiagens nem diluições marqueteiras, sua meta última e radical, que o PT e congêneres não perdem de vista e para a qual continuamente tendem.

Nenhum comentário: