domingo, 6 de abril de 2008

CNBB: dois pesos e duas medidas

Durante a 46ª Assembléia Geral da CNBB que se realiza em Itaici (SP), seu presidente, D. Geraldo Lyrio, declarou que aquela entidade está solidária com o governo Lula no tocante à ação de “desintrusão” dos rizicultores de Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Em se tratando de uma assembléia de Pastores, sua primeira preocupação deveria ser com as conseqüências espirituais e materiais, com o impacto psicológico e moral que a projetada ação governamental terá sobre aquela parcela de seu rebanho. E de como remediá-lo. Mas isso não transpareceu nas declarações. Será acaso por pertencerem à “odiosa” categoria de proprietários que aqueles rizicultores não foram objeto da comiseração da CNBB?

Mas as coisas não param aí. A CNBB tem agido em relação ao governo Lula – apesar de este tudo empreender para a implantação do crime do aborto e de práticas imorais para o controle da natalidade – com um coleguismo escandaloso e perfeitamente compassado.

Assim, de um lado, através da Comissão Pastoral da Terra (CPT), ela se arremete contra os produtores rurais pelo Brasil afora e defende o MST, o qual, naturalmente, não considera intruso em terra alheia. Porque, neste caso, a propriedade “é um bem de todos”.

De outro lado, não impede que o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), entre inúmeros desmandos, se insurja contra outra categoria de proprietários: os denodados brasileiros rizicultores – e não “intrusos” – de Raposa Serra do Sol, que, encorajados pelo governo, deixaram seus lugares para irem desbravar e povoar aquela remota região na década de 1970. Porque aqui – alegam – a propriedade “é um bem exclusivo dos índios”!

Além do mais, dizendo-se a CNBB favorável a que aquelas terras sejam deixadas aos índios, ela se esquece de que uma parcela ponderável dos silvícolas – não “trabalhada” pelo CIMI e por ONGs internacionais, mas que realmente trabalha com proveito a terra, lado a lado com os rizicultores –, apóia a estes decididamente. – Ou os componentes dessa parcela de silvícolas são porventura menos índios do que os outros “conscientizados” pelo CIMI e pelas ONGs?

Com um vizinho tão “simpático” chamado Hugo Chávez, “o pacificador”, o qual acumula enorme quantidade de armas adquiridas da Rússia; com os também “simpáticos” farcistas adentrando nosso território (foram notados pelo menos 40 vezes!), enxotados como estão sendo pelo Presidente Uribe, como não viria a calhar uma extensa região habitada só por índios, sob a tutela do CIMI e de ONGs internacionais!
Caso esse tipo de gente venha a se estabelecer em nosso território, terá a CNBB o mesmo zelo em exigir a sua imediata “desintrusão”?

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