segunda-feira, 28 de abril de 2008

“Espelho meu, espelho meu...”

Lula dispõe a seu talante, como todo governante populista, de pesquisas encomendadas, acionadas em determinados momentos para tirá-lo de situações embaraçosas.

Ainda agora elas foram convocadas e, como na fábula do espelho, ele lhes indagou: “Pesquisas minhas, pesquisas minhas, digam-me se porventura presidente há mais popular do que eu?”. E elas, submissas e pressurosas, lhe responderam: “Só Uribe na Colômbia”. O espelho trincou.

Com efeito, as últimas pesquisas o colocaram em situação com a qual Lula certamente sonha, ficando atrás, em âmbito latino-americano, só da popularidade real de que goza Álvaro Uribe na Colômbia: 70% x 84%.

Essas pesquisas são os fundamentos, por assim dizer, do “trono de fumaça” a partir de qual Lula governa o Brasil. Porque, com exceção da economia, que nada tem a ver com o governo e a ideologia do PT, o resto... é obra do PT.

A última situação delicada da qual as pesquisas o resgataram esteve relacionada com a reserva indígena Raposa Serra do Sol e dos oportunos pronunciamentos que a propósito dela emitiu o lúcido e destemido general Heleno Augusto Ribeiro Pereira, comandante militar da Amazônia. E também com a fala não menos oportuna do novo presidente do STF, o ministro Gilmar Mendes, na qual demonstrou preocupação por certos aspectos da conjuntura nacional.

As falas do general, primeiramente em São Paulo, em ato organizado pela FIESP e pela USP, e depois no Rio de Janeiro, no Clube Militar, foram amplamente divulgadas e tiveram grande repercussão nacional. Profundo conhecedor da área, ele acusou o governo federal de estar pondo em grave risco a nossa soberania, ao pretender homologar de modo contínuo aquelas terras, retirando os rizicultores e destinando-as a 18 mil índios.

O general Mário Madureira, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, hipotecou solidariedade ao seu colega, a exemplo de muitos outros militares e civis preocupados com o curso dos acontecimentos no Brasil.
A posse do novo presidente do STF também coincidiu com o “abril vermelho” do MST.

Uma verdadeira burla: enquanto na mais alta corte de Justiça do País três ex-presidentes da República e o Presidente em exercício abrilhantavam a solene cerimônia de investidura, ao lado de 3.600 convidados, pelo Brasil afora as hordas invasores do MST atropelavam, mais uma vez impunemente, as leis das quais aquele Tribunal é o guardião supremo. Foi para essa situação, entre outras, que chamou a atenção o ministro Gilmar Mendes.

Nenhum comentário: