Fernandinho Beira-Córrego
Hugo Chávez Beira-Mar
Hugo Chávez Beira-Mar
O jornal madrilense “El País”, de orientação socialista, teve acesso a um relatório do Congresso dos Estados Unidos a ser publicado no final deste mês, denunciando “o nascimento de um narcoestado na Venezuela”. É o que informa seu correspondente em Washington, Antonio Caño, que acrescenta, em matéria publicada naquele jornal em 16/07/09: ‘Nos últimos cinco anos, quadruplicou a exportação de cocaína’.
Segundo ele, os negócios do narcotráfico venezuelano são feitos com a ‘cumplicidade de altos funcionários civis e militares do governo, que colaboram e protegem a guerrilha e as organizações criminosas colombianas’. E que a Venezuela se transformou ‘no principal centro de distribuição da cocaína produzida na Colômbia e no maior centro de embarque desse produto com destino, especialmente, aos mercados dos Estados Unidos e da Espanha’.
“Um alto nível de corrupção dentro do Governo venezuelano, do Exército e de outras forças de ordem e de segurança contribuiu para a criação deste crime de permissividade” – diz, a certa altura, o relatório do Congresso.
Por sua vez, o senador republicano Richard Lugar, o mais alto representante de seu partido na Comissão de Relações Exteriores do Senado norte-americano e responsável pela encomenda do relatório ao Escritório do Congresso de Controle do Governo (GAO), afirmou: “As descobertas deste relatório aumentam a minha preocupação de que a negativa da Venezuela em colaborar com os Estados Unidos na perseguição ao narcotráfico se deve à corrupção existente no governo desse país”. E considera que, após a investigação, “se requer, no mínimo, a revisão profunda da política dos Estados Unidos em relação à Venezuela”.
De acordo com o relatório, até 2004, os Estados Unidos, de comum acordo com a Venezuela, exerceram controle sobre a movimentação das drogas neste país, mas que desde então essa atividade praticamente cessou. E Washington não acredita nas versões da continuação desse combate pelo governo chavista, pois a exportação da droga colombiana foi transferida para a Venezuela, devido ao renhido combate à mesma no seu país de origem. A da cocaína, por exemplo, que saltou de 60 toneladas em 2004 para 260 toneladas em 2007.
“Segundo membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) interrogadas pelo governo colombiano – diz o documento do Congresso – funcionários venezuelanos, incluídos membros da Guarda Nacional, receberam subornos para facilitar a passagem de cocaína a partir da fronteira colombiana”. E prossegue: “A corrupção dentro da Guarda Nacional representa a ameaça mais significativa, porquanto a Guarda informa diretamente o presidente Hugo Chávez e controla as fronteiras, os aeroportos e os portos da Venezuela”.
Como reagirá Hugo Chávez a este incômodo documento do Congresso dos Estados Unidos? – Afirmará simplesmente que “não sabe de nada”, a exemplo de seu companheiro Lula da Silva em face do escândalo do Mensalão e de outros desmandos do seu governo?
Se os responsáveis pelo tráfico de drogas nos morros devem ser punidos pelos seus crimes, a fortiori o devem os chefes das nações que traficam. E se Fernandinho Beira-Mar, um dos chefes mais notórios do tráfico dos morros, está preso e com os bens confiscados, o mesmo deveria acontecer com Hugo Chávez: ser deposto pelas instâncias competentes e levado às barras dos tribunais internacionais. Aliás, esta seria uma das mais exemplares punições – tão reivindicadas pela esquerda – ao crime de “colarinho branco”... já que Chávez, ao que tudo indica, continuará impune pelo “colarinho vermelho” que faceiramente ostenta, símbolo de um "produto" ainda mais nocivo do que a droga: a revolução socialo-comunismo que, em conexão com outros parceiros, ele "trafica" continente afora.
Dada a flagrante desproporção entre os respectivos cargos e o volume das operações, Fernandinho se contentará doravante em ser chamado de Beira-Córrego, porquanto o codinome Beira-Mar lhe foi arrebatado por Hugo Chávez.
Um comentário:
Fernadinho Beira-Córrego está trancafiado -- e deve continuar sempre --, mas se Chavez Beira-Mar pode ficar solto por aí exportando sua revolução, a lógica diria que também o Beira-Córrego poderia ficar solto.
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