quinta-feira, 20 de março de 2008

Violência, açoite da Venezuela

O nível da violência subiu vertiginosamente nos últimos dez anos na Venezuela chavista. É o que revela matéria de Francisco Peregil, enviado especial a Caracas do jornal espanhol “El País” (18/03/08).

Dados proporcionados por Roberto Briceño, diretor do Observatório Venezuelano de Violência, entidade privada com a qual colaboram quatro universidades, dão conta de que a taxa anual de homicídios triplicou, passando de 4.550 em 1998 – quando Chávez ganhou as primeiras eleições – para 13.200 em 2007!

Segundo a mesma fonte, a taxa de homicídios por cada contingente de 100 mil habitantes passou de 19 em 1998 para 49 em 2006. Para se ter uma idéia do que isso significa, na Espanha essa taxa oscila entre um e dois; na Argentina, alarmada pelo elevado índice de criminalidade ela é de nove; no bang-bang brasileiro ela é de 23; e no México, 24. Portanto, o índice de criminalidade da Venezuela é o dobro do verificado no Brasil ou no México!

O que aconteceu?” – pergunta Briceño. Ele responde: “A hipótese que mantenho é a de que os primeiros mortos por cada 100 mil habitantes têm a mesma explicação que teriam no México ou Brasil. Pobreza, desigualdade... Mas os outros vinte e tantos têm que ver com a quebra do pacto social levada a cabo com este governo. Quando o presidente faz um minuto de silêncio pelo guerrilheiro Raúl Reyes, está criando uma desordem na sociedade.

Um morador da favela Petare – com um milhão de habitantes (1/3 da população de Caracas), administrada por um chavista e palco de atuação dos primeiros médicos cubanos chegados ao país – assegurou ao jornalista que nos finais de semana são ali assassinadas até 30 pessoas, e que só no ano passado houve 700 mortes violentas!

Enquanto cresce a violência, continua a despencar a popularidade de Chavez. Segundo o instituto de pesquisas Datos, em levantamento feito em fevereiro último junto a dois mil habitantes da área urbana, Chávez obteve 34% de aprovação, nove pontos a menos do obtido por ocasião do referendo de 2 de dezembro de 2007.

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