quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

De Gaulle tinha razão?...

Onde já se viu um país onde se diz vigorar a democracia e no qual a alternância do poder se dá entre figurantes de uma mesma panela? Quem o afirmou há algum tempo, com outras palavras, foi o ex-ministro de Fernando Henrique, hoje deputado federal Raul Jungmann (PSDB-PE). Ao comentar o resultado do referendo sobre o desarmamento, disse que o único presidente depois da abertura que não participava deste jogo era o Collor, e que por isso ele foi “impichado”.

Com efeito, substancialmente não há nenhuma diferença relevante entre as diversas correntes atuais, a não ser o grau de cautela com o qual seus diversos expoentes se apresentam diante do público, representando cada um deles seu papel na cena política. Prova disto é a desenvoltura com que trafegam de um partido a outro com o maior desembaraço...

Ainda agora constatamos isto no escândalo dos cartões corporativos. Ao mesmo tempo em que o governo, profundamente comprometido, se antecipava no pedido de uma CPI, através de suas bases petistas acusava a oposição em São Paulo de incidir no mesmo desvio. Mas rapidamente estabelecem um “acordo de cavalheiros”, pelo qual Lula e Fernando Henrique fiquem de fora das investigações. Depois recuam, novamente avançam, confundem, despistam.

Que lógica tem isso num regime democrático, onde as principais lideranças deveriam ser as primeiras a se colocar à disposição para uma investigação completa? Não foi obedecendo a essa mesma “lógica” que por ocasião do escândalo do “mensalão” Lula foi sistematicamente blindado, até mesmo pelos “opositores”?

Tem ou não fundamento o comentário atribuído a De Gaulle, de que o Brasil não era um país sério?

3 comentários:

Sandrah disse...

A pergunta-título de seu artigo não me sai do pensamento. Parece perseguir-me.
Lembro-me bem da indignação que senti quando De Gaulle pronunciou a frase.
Lendo, estudando, pesquisando, analisando refletindo, busco uma resposta para mim mesma: que governo foi sério desde o advento da república?

Anônimo disse...

Alto lá:

Primeiro, a própria imprensa francesa nega que o de Gaulle tenha dito essa frase. Segundo, o Brasil é formado pelo povo brasileiro que É SÉRIO SIM!

Os políticos podem não ser, mas o povo o é.

Prova disso é que no Brasil nunca tinha havido apartheid até o Lula criar um Ministério para o conflito racial, com a Ministra Credicard...

O povo brasileiro existe há muito pouco tempo, mas sempre foi aguerrido e ordeiro: Abolicionista, lutou contra governantes escravocratas; diferentemente de Portugal, não permitiu nem comunismo e nem leis abortistas; lutamos pela Democracia, contra a ditadura militar.

E, tem mais: apesar de termos tecnologia (álcool combustível, bio-diesel, Super-Centrífuga e uma das maiores fábricas de aviões do mundo) também nunca invadimos países asiático e nem jogamos bomba atômica em ninguém.

Por isso, que ninguém fale mal do Brasil.

Desde que existimos só temos levado ao mundo coisas boas.

O Brasil é sério SIM!

vera regina azevedo disse...

Se tecnologia sózinha fosse a matriz do desenvolvimento humano a Coreia do norte,Irã e outros,fariam parte da contrução da democracia no mundo...seus povos não possuem liberdade,são escravos dos seus Estados;tem tecnologia mas não são livres para formar cidadãos livres para uma sociedade democrática,universalizando suas vozes.