No campo republicano prevaleceu a preferência por John McCain, vencedor na Califórnia e em New York, e que detém o dobro de votos de seu contendor mais próximo, Mitt Romney. Em terceiro lugar ficou Mike Huckabee. Do lado democrático a disputa continua renhida entre Hillary Clinton e Barack Obama, com pequena vantagem para a primeira, também vencedora nos dois Estados acima, embora Obama detenha maior número de pequenos Estados.
Veterano do Vietnã, McCain vem sendo apoiado pelos moderados do Partido Republicano e por independentes. Ele precisa agora convencer a ala republicana mais conservadora de que realmente afina com ela, pois nesse segmento ele encontra uma “animosidade muito extensa e muito profunda”, segundo o velho estrategista em “Super-terça”, Eddie Mahe.
Quanto à disputa Hillary Clinton x Obama, sem divergências ideológicas entre si, a primeira tem conseguido galvanizar o voto latino, enquanto o segundo, o de afro-descendentes. Um particular digno de nota é o desprestígio do clã Kennedy: considerado dono político de Massachusetts e tido pelos conservadores americanos como paradigma da esquerda, alinhou-se decididamente à candidatura de Obama. Foi derrotado na própria casa, prevalecendo Hillary Clinton.
Se no Partido Republicano já se delineou o virtual vencedor e se no Democrático ele ainda é indeciso, já existe no cenário um vencedor definitivo, não só das prévias como das eleições de novembro: o Conservadorismo, em cujas águas surfam os candidatos de ambas as legendas.
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Sirva-nos isto de lição. Essas ondas conservadoras são interativas, não existindo Muralha Chinesa capaz de as conter. E ainda há entre nós políticos que em momentos cruciais se intimidam em defender idéias conservadoras, deixando livre o caminho aos demagogos da esquerda, que só se impõem na medida em que ocultam seu pensamento.
Que abra os olhos a nossa classe política, acostumada também a nos impor como prato feito os menos apetecíveis candidatos, não deixando ao eleitor qualquer possibilidade de escolha. Pois mais grave do que a clássica comparação com o espelho (“o espelho reflete sem falar enquanto o político fala sem refletir”) é compará-la com o cego que não vê a realidade. E a realidade é que a opinião pública – espelho da Nação – muito tem refletido, muitas vezes sem falar. E tirado conclusões. Tanto a respeito de pretensos representantes como dos mais diversos assuntos de interesse nacional.
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