quarta-feira, 26 de março de 2008

Aula magna de subversão

Helio Viana

Enquanto os brasileiros vivem a sua rotina – levantam-se, vão ao trabalho e depois retornam às suas casas para se reunirem com suas famílias e prepararem um novo dia –, com a mesma rotina ergue-se, labuta contra eles e volta a seus antros para tramar novas conspirações uma organização subversiva chamada MST, especiosamente rotulada por seus hábeis manipuladores de “movimento social”.

Com fortes apoios em certos meios religiosos e poderes constituídos, o MST tem a missão de coadjuvar o governo na sua marcha rumo ao socialismo. Seu papel é pressioná-lo e obter dele concessões cada vez maiores em matéria de reformas, particularmente a agrária. Pois se a iniciativa de tais reformas partisse do governo, este tiraria a máscara e se indisporia com a opinião pública. A tarefa de “bicho papão” exercida pelo MST deixa assim o governo cômodo para agir, dizendo que está tão-só atendendo os clamores de justiça social de um povo faminto.

O regime feudal baseava-se no binômio proteção-fidelidade: o senhor feudal protegia o servo da gleba e recebia em troca a fidelidade dele. Binômio análogo, embora nos antípodas, dá-se entre governo e MST: o governo lhe dispensa proteção e recebe em troca sua fidelidade.

Apesar de suas invasões – com o conseqüente desrespeito às leis do País – terem neste início de ano aumentado sensivelmente, em vez de ser punido, o MST foi promovido. Com efeito, a seu líder João Pedro Stédile coube uma honra a que poucas notoriedades brasileiras é concedida: foi o convidado especial do reitor Aloísio Teixeira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para proferir a aula magna de abertura do ano letivo de 2008, no campus do Fundão.

Diante de uma platéia de cerca de 200 pessoas, entre professores e alunos, aquele agitador profissional desenvolveu o tema “Terra, saberes e democracia”, sendo aplaudido de pé. O que ele disse? Estadeou sua pretensa sabedoria sobre problemas da terra e da democracia, dos quais, como o Brasil inteiro sabe, o MST é grande conhecedor e observador...

Mas o que Stédile de fato revelou em sua aula foi a mais recente estratégia do MST: atacar o trabalho de unidades multinacionais em setores como dos transgênicos e do agronegócio: “Percebemos que nossos inimigos principais agora são as empresas transnacionais. Enquanto houver um sem-terra respirando, vamos lutar para expulsar do País todas as empresas transnacionais que nos exploram na agricultura”, pontificou.

Ou seja, o objetivo dessas como de qualquer outra empresa sendo o lucro, cumpre combatê-las, pois na perspectiva do MST isto é imoral. Como se elas não tivessem também uma função social proporcionada pela mão-de-obra que empregam e pelo próprio fruto desta, a produção, da qual se beneficia toda a sociedade. O MST quer tudo destruir, pois ele só admite a empresa estatal, nos moldes dos falidos regimes comunistas.

Embora tenha se negado a falar de ações planejadas para um “abril vermelho” de invasões, Stédile afirmou que não recuará, mesmo diante da decisão da 41ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Chamou a medida de “idiotice” e “ditatorial”, acrescentando que a Vale do Rio Doce está “desesperada”. Várias outras empresas – Monsanto, Syngenta, Aracruz, Stora Enzo, Votorantin, Bayer etc. – estão na mira do MST.

De mais a mais, que autoridade tem Stédile para dizer e agir assim? Quem lha conferiu? Já que ele discorreu sobre democracia, foi por acaso o povo brasileiro? Pelo contrário, este está farto das atividades subversivas desse movimento e de nenhum modo deseja a mudança do atual regime de livre iniciativa e propriedade privada para o regime socialista de propriedade coletiva tutelada pelo Estado, como o pregado pelo MST e por seus minguados adeptos.

Assim, enquanto do alto de uma cátedra provisória na UFRJ, Stédile se arremete sob aplausos contra a ordem estabelecida e o Judiciário, chegando a chamar de “idiotice” e “ditatorial” uma decisão dele, proprietários rurais são vítimas de invasões, roubos e torturas. Tal foi o caso, entre muitos outros, do advogado Rodrigo Macedo, da Fazenda Iara, em Euclides da Cunha Paulista, que acusado recentemente de revidar uma agressão dos sem-terra – “cet animal est très méchant, quand on l’attaque il se défend!” –, teve ainda que purgar seis dias na cadeia!

Em Andradina, no noroeste paulista, cerca de 80 sem-terra ligados ao Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Sintraf) destruíram há pouco nada menos que três mil pés de café da Fazenda Macaé. Disseram que agiram em protesto pela demora da Reforma Agrária. Um oficial de Justiça entregou-lhes uma intimação solicitando retirada imediata. Eles colocaram tratores na porteira para impedir a entrada da polícia. O dono da fazenda, Eduardo José Bernardes Filho, obteve a reintegração de posse na Justiça. Conseguirá retirá-los? E mesmo que o consiga, quem lhe pagará os prejuízos?

Essa é a rotina, o dia-a-dia do Brasil atual. Por detrás das aparências de normalidade existe uma imensa subversão – pouco sentida pelos citadinos, mas não por isso menos real –, que se não for contida poderá nos levar aos descaminhos aos quais as FARC conduziram a vizinha Colômbia.

Um comentário:

ULTRADIREITA EM MARCHA disse...

AS FUTURAS FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DO BRASIL
O MST é o embrião das futuras forças armadas revolucionárias do Brasil (FARB); ensina idolatria a chefes comunistas, táticas de guerrilha, mobilização, ocupação de pontos-chave, possui logística de abrangência nacional e agressividade suficiente para capitalizar milhares de mártires em suas colunas, graças a anos de doutrinação comunista, incluindo os filhos dos seus membros; movimenta milhões em verbas de origem pública e privada (ongs) e, no confronto com forças regulares, exigirá, para sua aniquilação, operações capazes de reduzir a Contrarrevolução de 1964 a simples exercício de escoteiros. Essa hipótese, muito provável, se aproxima célere. Aprendida a lição em 64, estão preservando, mal contidos, o ataque frontal à hierarquia militar, por enquanto. Qualquer pessoa de mediana capacidade de observação, analisando o desenrolar dos acontecimentos, de vinte anos até hoje, e das etapas já vencidas pela esquerda gramscista, percebe isso. Reunamo-nos e preparemo-nos. Ainda há tempo.