Os recorrentes vocábulos “cidadania”, “solidariedade”, “inclusão social”, e outros tantos, associados ao jargão esquerdista, servem de rótulos a iniciativas do governo petista na sua tentativa de aparelhamento do poder para implantar um regime socialista no Brasil.
Ao mais recente desses programas deu-se o nome de “Territórios de Cidadania”. Através dele o governo federal pretende distribuir mais de 11,3 bilhões de reais como ajuda a 958 municípios com baixo IDH, atingindo 7,8 milhões de pessoas. Acontece que deputados do DEM e do PSDB entraram com uma Ação de Inconstitucionalidade no STF para impugná-lo, por estarmos em ano eleitoral.
O fato enfureceu o presidente Lula, que discursando no dia 28 de fevereiro em Aracaju, durante a VI Reunião dos Governadores do Nordeste, declarou, de modo pouco democrático: “Seria bom se o Poder Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele, o Legislativo apenas nas coisas dele e o Executivo apenas nas coisas dele. Nós iríamos criar a harmonia estabelecida na Constituição”.
O ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do TRE, rebateu afirmando: “A lei veda, em bom português, o elastecimento de programas sociais no ano das eleições. Isso foi aprovado pelo Congresso Nacional e foi aprovado para valer.” E chamou de “arroubo de retórica” as declarações de Lula.
Se o governo Lula, a par dos banqueiros deseja favorecer também os mais necessitados, tudo bem. Mas nesse caso ele deveria também atender adequadamente às ingentes necessidades da imensa e achatada classe média, bem como impedir que hordas invasoras do MST perturbem a paz e a segurança dos proprietários rurais, ameaçados ainda por uma injusta e desastrosa Reforma Agrária socialista.
A boa intenção do governo em relação a seus programas assistenciais ficaria comprovada se através de fatos ele demonstrasse solidariedade também para com esses dois importantes segmentos, que são as principais colunas sociais e econômicas da Nação. E não continuar tratando os que a eles pertencem como se fossem cidadãos de segunda classe desprovidos de direitos.
O escopo eleitoreiro do programa “Territórios da Cidadania” – como também do “Bolsa Família” – é, portanto, mais do que evidente. E constitui um verdadeiro acinte à opinião pública, neste ano de eleições municipais. Tamanha desfaçatez só se compreende à vista do fiasco nacional do PT nas anteriores eleições municipais, que ele de nenhum modo quer ver repetido. No que é acudido então por Lula, que dá assim mais uma prova de que governa não primordialmente para a generalidade dos brasileiros, mas para atender aos interesses do seu partido.
Mas a concepção peculiar da organização política, econômica e social do PT contraria profundamente a índole cristã do povo brasileiro, que a rejeita. Como também rejeita seu pai espiritual, o progressismo, herdeiro do modernismo, heresia condenada por São Pio X na Encíclica Pascendi Dominici gregis como sendo “a síntese de todas as heresias”.
O PT só vicejou porque nasceu na sacristia e teve o púlpito como palanque. Quem não se lembra do ostensivo apoio de D. Claudio Hummes, então Bispo de Santo André, ao sindicalista Lula nas greves do ABC, e da utilização das igrejas para esse fim? Esse apoio do progressismo ao PT continua, embora mais discretamente, pois o bebê rebelde cresceu e aprendeu a andar com as próprias pernas.
Para avançar, tanto progressismo como petismo precisa ocultar suas doutrinas e suas metas, contrárias à doutrina tradicional da Igreja Católica. Mas elas estão presentes na sua integridade por exemplo no MST, deles nascido e por eles nutrido, e em relação ao qual, em toda a medida do possível, simulam pouco ou nada terem que ver.
Se o brasileiro carente recebe de bom grado as benesses do governo e em retribuição o apóia nas eleições, seu voto não poderá jamais ser interpretado como apoio ao lulo-petismo e à sua ideologia, como a propaganda procurará depois alardear.
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Um comentário:
Muito bom artigo!! Pena que a maioria do povo brasileiro não tem instrução o bastante para compreender os fatos!
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